A casa da Virgem Maria, cujo nome turco é Meryem Ana, é um local sagrado de peregrinação para católicos e muçulmanos, visitado, todos os anos, por mais de 2 milhões de pessoas. Acredita-se que esta tenha sido a última residência da mãe de Jesus, o local para onde Ela foi levada por João Evangelista, depois de ver o seu filho ser crucificado. Neste lugar, que também é considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO, ela passou os seus últimos anos, antes de subir aos céus. Nas próximas linhas, vamos dividir com você a nossa experiência na casa da Virgem Maria.
O que você vai ler aqui, neste post:
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A casa da Virgem Maria está situada na Montanha Bülbül, a 8 quilômetros da cidade Selçuk, na província de Izmir, Turquia. Fica pertinho de Éfeso, na mesma região de Pérgamo. Quem vai a um desses destinos vai não pode deixar de passar pelos demais, pois todos são muito importantes.
Como chegar à casa da Virgem Maria
A melhor forma é alugar um carro e explorar a região e tudo o que há para ver: a casa da Virgem Maria, Éfeso, Pérgamo e a Basílica de São João. É tudo muito pertinho e a referência é a cidade de Selçuk, onde você pode se hospedar. Do Brasil, você pode pegar um voo de São Paulo para Istambul, na Turquia, e de Istambul seguir para Izmir, que tem o aeroporto mais próximo. Izmir fica a 70 quilômetros da casa da Virgem Maria e aí, você pode pegar um táxi ou um transfer.
Quanto custa visitar a Casa da Virgem Maria
De acordo com informações super atuais de Cristhiane Mutlu, uma brasileira que mora em Istambul há muitos anos e conhece a Turquia como ninguém, o valor do ticket é de 250 liras por pessoa e 50 de estacionamento. Para saber tudo sobre a Turquia, siga Cristhiane pelo Youtube e pelo Instagram, você vai adorar.
Estacionamento
Logo na entrada, tem o estacionamento pago, onde ficam os carros, as vans e os ônibus que chegam com os grupos de turismo. São muitos. Prepare-se para se juntar a muitos visitantes, dividir o espaço e enfrentar fila.
O que ver na Casa da Virgem Maria
Trata-se de um espaço verde, arborizado, no alto de uma montanha. Não sei se é porque se trata de um local abençoado ou porque é um local florido e fresco, onde os passarinhos cantam e tem sombra, mas caminhar pelo espaço da casa da Virgem Maria é um prazer sem igual.
Café e lembrancinhas
Logo na entrada, o que vemos é um café arborizado e uma lojinha repleta de estatuetas, esculturas, quadros, terços, bottons, mil opções de lembrancinhas e você não sabe o que escolher – por causa da quantidade de opções e por causa dos preços. para que você tenha uma ideia dos preços: a Santa Ceia que vemos numa foto abaixo, por exemplo, custa 175 euros; a imagem da Virgem com o menino Jesus, 100 euros; outra com ele no colo, 175 euros; o tercinho, 15 euros. Tudo de muito bom gosto, prata italiana, alabastro, seda, material de primeira, artesãos experientes. As imagens, terços e outros objetos religiosos já estão bentos.
A Casa da Virgem Maria
Depois que passamos pela lanchonete, pela lojinha, por umas ruínas e por um local que tem um presépio, chegamos à Casa da Virgem Maria, que é bem pequena e hoje tem, apenas, um altar, um tapete, com imagens, flores, velas e alguns objetos religiosos. É proibido fotografar ou filmar e só se pode permanecer o tempo suficiente para dar uma rápida olhada em volta. Ainda assim, as pessoas ficam visivelmente emocionadas. Na verdade, quem acredita e está concentrado na visita, como eu, não consegue conter as lágrimas e um nó na garganta se forma rapidamente.
Presépio
Nas imediações, há um presépio, onde todos param para fazer uma foto. Obviamente, eu parei e fiz pose. Até porque, como eu não colocava foto minha nas postagens do blog, uma vez, uma amiga falou: você só precisa ir a esses lugares sobre os quais escreve. Eu tomei um susto com as palavras delas e expliquei que eu só sabia escrever sobre os lugares que eu conhecia e, desde então, comecei a colocar uma ou duas fotos nossas, nas postagens, para provar, pelo menos para ela, que não me conhecia tanto assim, que eu havia estado naqueles lugares.
Fontes de água
Depois da Casa, seguimos para as fontes de água. Muitos visitantes, que voltam pela enésima vez, dizem que a água é benta e tem propriedades curativas. Na fonte, os visitantes aproveitam para matar a sede e encher as garrafinhas, seja para beber durante o passeio ou para levar como lembrança, para parentes e amigos.
Pedidos
Mais adiante, uma corda amarada num muro sustenta os pedidos escritos em pedaços de papel, guardanapo, tecido, plástico e até máscara, de milhares de visitantes. Obviamente, deixei os meus pedidos e o meu agradecimento por estar ali e por tantas outras graças que alcanço diariamente.
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História
A descoberta da casa da Virgem Maria aconteceu no século 19, através das visões da freira católica, Anne Catherine Emmerich, que, numa época em que ficou muito doente, confinada à sua cama durante muitos anos, experimentou uma série de visões relacionadas à vida de Jesus e da Virgem Maria.
A freira alemã teve papel importante na descoberta da casa da Virgem Maria. Ela viveu de 1774 a 1824 e, durante esse tempo, nunca esteve em Éfeso. Anne Catherine era de uma família de agricultores pobres e muito católica. Ela fez os votos religiosos aos 29 anos, apesar da saúde precária. Em 1813, foi chamada de estigmática, por ter as feridas correspondentes às feridas da crucificação de Jesus, em seu corpo. Depois disso, ficou doente, acamada.
Durante esse tempo, a freira recebeu a visita de várias pessoas importantes, entre elas, Clemens Brentano, um autor que, após sua primeira visita, decidiu permanecer em Dülmen, Alemanha, onde a freira estava. Durante 5 anos, ele visitou Ana Catarina Emmerich, diariamente, e registrou, com detalhes, as visões que ela descrevia.
Após a morte da freira, Brentano reuniu os relatos em um livro, que publicou em 1854. Entre as visões da freira, uma delas incluía uma descrição da casa que o apóstolo João teria construído para a Virgem Maria e onde Ela teria vivido até o final de sua vida na terra. A freira deu detalhes dos elementos da residência, revelando que esta havia sido construída com pedras retangulares e janelas próximas ao teto. Ela ainda falou da posição das portas, da lareira e da chaminé, além de outros detalhes importantes para a identificação, que foram registrados num livro lançado em Munique, Alemanha, em 1852.
Em outubro de 1881, com base nas descrições contidas no livro de Brentano, o abade Julien Gouyet, um padre francês, encontrou uma pequena construção de pedra, situada numa montanha com vista para o mar Egeu e as ruínas, na Turquia. O abade acreditava que este local correspondia à casa descrita por Emmerich.
A descoberta do abade Gouyet não foi inicialmente recebida com seriedade por muitas pessoas. No entanto, dez anos depois, os padres Poulin e Jung, de Izmir, foram instigados pela irmã Marie de Mandat-Grancey a explorar o local.
Em 1891, eles redescobriram a pequena ruína, utilizando as descrições da freira alemã como guia. E viram que a população de uma pequena vila, composta por descendentes dos cristãos de Éfeso, já venerava o local há muito tempo. Esta ruína era conhecida como “Panaya Kapulu“, que significa “Portal para a Virgem“. Anualmente, peregrinos visitavam o local em 15 de agosto, a data em que a maioria do mundo cristão celebra a Dormição/Assunção de Maria.
A casa da Virgem Maria e a Igreja
É bom que se diga que a Igreja Católica nunca se posicionou oficialmente sobre a casa da Virgem Maria. Mas, o fato é que, ao longo dos anos, a Igreja demonstrou uma postura favorável em relação a este local, especialmente, após a primeira peregrinação realizada pelo Papa Leão XIII em 1896, o que marcou o início desse reconhecimento. Em 1951, o Papa Pio XII, seguindo a definição do dogma da Assunção no ano anterior, conferiu à casa o status de Local Sagrado, um privilégio que foi posteriormente confirmado pelo Papa João XXIII.
A Casa da Virgem Maria também recebeu a presença de outros Papas, como Paulo VI, que visitou o santuário em 26 de julho de 1967, seguido por João Paulo II, em 30 de novembro de 1979, e Bento XVI em 29 de novembro de 2006.
Dica
Como se trata de um lugar sagrado para muitas pessoas, é importante respeitar o local – vestir-se adequadamente, falar baixo e ter bons modos.
Respostas de 40
Também estive lá Sonia. Mas é sempre bom ler seus relatos. A gente revive tudo que viu
Lea, obrigada pelo seu comentário! Ainda mais porque você esteve lá e conhece bem o local. Obrigada pelo apoio de sempre!!!
Soninhq eu não estive lá, mas seus relatos e roteiros nos transporta para os lugares que vc visitou. É como se eu estivesse lá. Muito lindo
Fátima querida, muto obrigada pelo comentário e pelo seu ponto de vista, sempre positivo. Beijão!
Parabéns, Sonia!
Sempre aprendendo com as suss postagens e comentßtio.
Obrigada, Toinho! Pela visita e mensagem!!!
Que privilégio poder conhecer onde Nossa Senhora viveu seus últimos dias na terra, imagino a emoção dessa experiência. Um lugar simples e tão sagrado. Seu relato nos transporta e parece que estamos visitando o local.
Claudia, que bom que você sentiu tudo isso. Realmente, é uma emoção viver tudo isso. Por isso, divido com todos, quero incentivá-los a botar o pé no mundo e conhecer lugares que podem mudar a nossa vida, o nosso pensamento.
Obrigada pelo comentário!
Excelente matéria!!! Parabéns Sônia!!
Gladson,
Eu que lhe agradeço pela leitura e pelo comentário! Muito bom ter você como leitor. A minha responsabilidade só aumenta.
Grande abraço!
Nossa, Sonia! Que deleite ler seu post. Realmente a gente viaja com você. Ainda não fui, mas está nos meus planos. Vc deve ter se emocionado muito
Soraia, essa visita foi muito emocionante, sim. Desde o início até o final. Imaginar que Nossa Senhora pisou ali… foi incrível. Sugiro a todos esse destino, especialmente a quem acredita, tem fé e vai com o coração aberto.
enriquecedor .
turismo e história com o componente religioso de tanta solidez .
– grato pelo conteúdo e linguagem do esclarecedor post
Obrigada, sempre, Nick, querido!
turismo e história com o componente religioso de tanta solidez .
– grato pelo conteúdo e linguagem do esclarecedor post
Obrigada a você, Nick, pela visita e pelo comentário, sempre generoso!
Oi Sônia, sou devoto de Nossa Senhora e fiquei mais uma vez, maravilhado com o seu relato e com vontade de pegar um avião para visitar o local. Obrigado amiga!
Em tempo, você ficou bem na foto.
Manoel Luiz, esse lugar é tão emocionante… foi o ponto alto da nossa viagem, sem dúvida! Mais uma vez, obrigada pelo comentário, sempre generoso!
Obrigada Sônia por nos proporcionar esse conhecimento, foi um privilégio conhecer a casa de Maria.
Sandra, eu que agradeço a visita e o comentário!
Sonia, mais uma vez você se supera quando nos conta suas experiências de vida, suas viagens! Terminamos vivenciando tudo , através de você. Obrigada e estou no aguardo da próxima viagem ! Sucesso!
Obrigada, Lucia. É muito bom ter a sua companhia, a sua audiência experiente e generosa. Agradeço, sempre, a sua presença, por aqui!
Soninha, você sempre nos presenteia com suas maravilhosas experiências, por meio de um texto claro e repleto de informações!
Parabéns!
Obrigado!
Boni, obrigada pela visita e pelo comentário generoso. O fato é que eu preciso me esforçar, cada vez mais, para atender uma audiência super qualificada, viajada e experiente, preciso estar à altura de vocês! Um grande abraço e, mais uma vez, obrigada pelas palavras de apoio!
Amei, Sonia!
Imagino o qto foi emocionante essa visita…
Fantásticas as suas publicações, obrigada por nos proporcionar as oportunidades de conhecermos os lugares onde estiveram com tanta riqueza de detalhes.
Parabens!
Liliane, foi emocionante demais!
Obrigada pelo comentário e pela visita. Escrevo com muito carinho, com o intuito de dividir a experiência que vivemos.
Um beijão!
Ótimo Soninha!
Realmente com seus relatos dá pra gente se sentir lá.
Obrigada, Pedro!!! Pela visita e pelo comentário! Que bom que você gostou!
Sônia, se você e outras pessoas sentiram o nó na garganta e se os registros no livro de Brentano advindos de visões de uma religiosa levaram três outros religiosos a confirmarem os escritos, não há dúvida de que há energia positivamente poderosa neste local! Lugar lindo, florido, aconchegante! Obrigada por nos presentear com a descrição do local e de sua emoção, ao visitá-lo, bem como por nos contar a história do mesmo!
Sim, com certeza, não tive dúvida de que aquele lugar era especial. Mas quem agradece aqui, sou eu, pelo comentário sempre tão generoso, de apoio, seu e de tantos amigos e leitores que me acompanham. Sou muito agradecida por tudo isso, que não é pouco!
Beijão!
Estive lá e gostei muito. A casa da Virgem Maria precisa ser incluída embutidos os roteiros pela Turquia.
e verdade, Sylvinha. Um lugar lindo, singular!
Já estive na Turquia e não tive a possibilidade de visitar a casa da Virgem Maria. Agora estou planejando voltar e vou usar suas dicas para incluir no meu roteiro 🙂 obrigada pelas dicas
A Turquia tem isso, a gente quer voltar sempre. São tantas coisas interessantes, não dá para ver tudo de uma só vez.
Que privilégio, Sônia. Lindo demais… Emocionante 🙏🏽
Waneska, agradeci muito a Deus pela oportunidade. Foi lindo demais.
Mesmo sendo criada católica não sabia dessa história sobre a casa de Maria na Turquia, nem que a sua revelação tinha sido através de visões. Não sou especialmente fã de turismo religioso mas sempre fico fascinada com a parte histórica, e todas as histórias que cercam esse lugar são muito interessantes.
Cíntia, a gente gostou muito de ter conhecido esse lugar. O número de turistas é grande mas vale a pena.
Qdo estive lá dentro não era claro como na foto, é na penumbra, por isso não se percebe os detalhes, até mesmo pque a gente fica tão emocionada e é envolvida por uma energia tão gigantesca q não se presta atenção em mais nada, só sentimos, tão envolvida ficamos c/ a energia dela, de Maria. E olha q entrei 2 vezes, saí, entrei na fila de novo e senti tudo outra vez. Mto agradecida por ter vivido esta experiência única!
Lena, realmente, é uma experiência única. Também fiquei muito comovida na visita. Sim, por dentro, é mal iluminado. E a gente não pode fotografar, tem que passar rápido, mas a experiência fica em nós, com certeza.