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Conheça Pérgamo: uma antiga metrópole da Turquia

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Pergamo-capa

Pérgamo foi uma cidade dedicada a Afrodite, a deusa do amor, da beleza e da fertilidade, e também classificada pela Unesco como Patrimônio Mundial, em 2014. Mencionada pela primeira vez, por escrito, pelo filósofo Xenofonte, que viveu de 430 a.C. 354 a.C., Pérgamo também é conhecida por ser uma das sete Igrejas abordadas no Apocalipse de João.

Visitamos a cidade na nossa viagem de carro pela Turquia, em junho de 2023 e o que vimos lá foram as estruturas monumentais, que nos deram uma ideia da grandiosidade e importância desta cidade na antiguidade. Vamos dividir a nossa experiência, aqui, com você.

Pérgamo: Como chegar

Saímos de Cumalikizik de carro, pela O-5, em direção a Bergama, que é onde fica a antiga cidade de Pérgamo. Bergama está localizada a 100 quilômetros de Esmirna, a maior cidade do país, onde fica o aeroporto Internacional Adnan Menderes, que recebe voos de todos os principais aeroportos europeus e também serve a Bergama. Com mais de 60 mil habitantes, Bergama é uma cidade moderna e oferece várias opções de hospedagem, restaurantes, bares e cafés. Uma vez na cidade, você pode subir a acrópole de carro ou pegar o teleférico, pagando 100 liras ida e volta, por pessoa, que correspondem a pouco mais de 3 dólares.

Teleférico em Pérgamo, Bergama, Turquia
O teleférico é uma opção para chegar à acrópole
A entrada da acrópole, em Pérgamo, Turquia
A entrada da acrópole

Para chegar à Turquia

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Pérgamo e a sua história

A história de Pérgamo, assim como a de tantas outras cidades da antiguidade, está relacionada a invasões, destruições, incêndios e diversas barbáries que só a ganância explica. A abominável busca desenfreada pelo poder, a necessidade de ser e ter mais e mais vem de longe e, como podemos ver, não acabou. Essa história se repete mundo afora, infelizmente. Por lá, passaram vários governantes, entre eles, Átalo I, que governou entre 281 a.C. e 197 a.C.  e foi responsável por expandir o território e por tornar a cidade um importante centro cultural na época.

Desenho de Pérgamo de Friedrich Thierch
Pérgamo próspera e populosa, na antiguidade. Desenho de Friedrich Thierch.

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O que ver em Pérgamo

Em sua fase proeminente, quando foi capital do Reino de Pérgamo durante os séculos 3 e 2 a.C., Pérgamo se destacou pela arquitetura, pelas artes e por ter sido um centro de cura – o primeiro e o mais importante do seu tempo. As ruínas de Pérgamo mostram que ela foi uma incrível e próspera cidade, importante centro cultural greco-romano, razão para a visita de mais de 1 milhão de pessoas por ano, de gente interessada em história antiga e arqueologia.

Pérgamo em Berlim

É importante saber que diversas atrocidades foram cometidas contra Pérgamo. Muito material da cidade de mármore foi queimado em grandes fornos para obter cal, por exemplo. Por volta de 1873, o alemão Carl Humann se estabeleceu em Bergama e começou a fazer escavações em Pérgamo, descobrindo verdadeiras preciosidades. Em função das suas relações com o governo otomano, uma infinidade de peças encontradas foi facilmente enviada para a Alemanha. Financiadas pelo governo alemão, as escavações duraram anos e a maior parte do que foi encontrado se encontra, hoje, no Museu de Pergamon em Berlim.

Altar de Zeus no Pergamon Muzeum, em Berlim
Altar de Zeus no Pergamon Muzeum, em Berlim
Maquete de Pérgamo na antiguidade.
Na entrada da acrópole, uma maquete reproduz a cidade na antiguidade
Acrópole de Pérgamo, na Turquia
Esta é a primeira imagem que temos da acrópole

Acrópole

Com 330 metros de altitude, a acrópole estava dividida em 3 níveis. No lugar mais alto e seguro, estavam os palácios, os templos, as cisternas e as muralhas, era o endereço de reis, líderes religiosos, anciãos, estudiosos, intelectuais e comandantes; na cidade intermediária, ficavam a escola e os templos; na cidade baixa, vivia a maior parte da população. Era aí que ficava o mercado, também. Entre os restos de estruturas que ainda se conservam, vamos encontrar aquedutos, fontes, cisternas e arsenais:

Teatro de Pérgamo

Com capacidade para acomodar 10 mil espectadores, o teatro impacta pela sua grandiosidade e imponência. É uma das atrações mais impressionantes das ruínas de Pérgamo e um dos maiores da antiguidade. Construído no século 3 a.C., na encosta de uma colina, o teatro é um dos mais íngremes do mundo, com 54 graus de inclinação. Por causa da localização e forma, a sua acústica permitia que o som chegasse a todos os espectadores. A arquitetura do Teatro de Pérgamo influenciou vários outros que vieram depois. Esculturas e detalhes arquitetônicos podem ser vistos no Pergamon Museum, em Berlim, na Alemanha.

O teatro de Pérgamo, Turquia
A arquibancada do teatro tem 80 degraus

Biblioteca de Pérgamo

Esta foi a segunda biblioteca mais importante do mundo antigo e abrigava em torno de 200 mil manuscritos, que acabaram indo para a Biblioteca de Alexandria, Egito, com a qual rivalizava. O vasto acervo da Biblioteca de Pérgamo, fundada no século 3 a.C., era formado por manuscritos e obras de filósofos, escritores e cientistas. Importante referência na área de pesquisa, a biblioteca era frequentada por artistas, filósofos e cientistas famosos que foram convidados a ali se instalarem e criarem suas obras. O objetivo era tornar Pérgamo num centro cultural. No início, as obras eram registradas em papiro, mas os egípcios deixaram de enviar o material para a Anatólia e assim, o povo de Pérgamo desenvolveu o pergaminho, a partir do couro de cabra, carneiro, cordeiro e ovelha e que significa papel de Pérgamo. A biblioteca chegou ao fim quando os romanos conquistaram a cidade e levaram boa parte do acervo para Alexandria.

O que restou da Biblioteca de Pérgamo
Pouco restou da grandiosa biblioteca

Altar de Zeus

Também conhecido como Grande Altar de Pérgamo, para diferenciá-lo de outros altares na região, o Altar de Zeus é uma referência na história da arte e da arquitetura helenística. Construído no século 2 a.C. e dedicado a Zeus, sua característica mais marcante são os frisos esculpidos, que retratam uma batalha entre deuses e gigantes. Grande parte desse altar, que serviu de inspiração para muitos arquitetos modernos, foi levada para o Pergamon Museum, em Berlim, onde foi montado. Sobrou tão pouco do altar em Pérgamo que é preciso estar atento, ele pode passar despercebido, que foi o que aconteceu comigo. Abaixo, uma foto tirada de um livro sobre o Altar de Zeus.

Altar de Zeus
O Altar de Zeus tinha 36 metros de largura e 33 de profundidade.
Como era o Altar de Zeus, em Pérgamo, Turquia
Como era o Altar de Zeus, na antiguidade, graças à tecnologia

Templo de Trajano

Construído durante o reinado do imperador romano, no século 114 d. C., o que sobrou do Templo de Trajano dá para ver que é um dos maiores em Pérgamo. Ainda vemos algumas colunas e, com um pouco de imaginação, vislumbramos o que, um dia, era parte da paisagem urbana de cidade. Trajano, além de Adriano, foi um dos imperadores romanos mais adorados da cidade. Muitas das esculturas que enfeitavam o palácio também estão no Museu de Pérgamo, em Berlim, assim como partes de templo, que foram remontados no museu alemão.

Templo de Trajano
O que restou do Templo de Trajano
Templo de Trajano
O Templo de Trajano era monumental.
 a estátua de Trajano na entrada do seu templo
A estátua de Trajano na lateral do seu templo

Templo de Atena

Construído no século 4 a.C., este é o templo mais antigo de Pérgamo. Infelizmente, só se encontramos, hoje, as fundações, mas através de reconstituições digitais, sabemos que, assim como Templo de Zeus, o Templo de Atena tinha 16 colunas dóricas ao seu redor, um pedestal redondo, estátuas de deuses e do Imperador Augustus.

Zona sagrada e ao Templo de Atena
Este espaço correspondo à zona sagrada e ao Templo de Atena
A Zona Sagrada e o Tempo de Atena
Com a tecnologia, a Zona Sagrada e o Templo de Atena, na antiguidade.

Templo de Dionísio

O deus do vinho, também considerado deus do teatro, na mitologia grega, também foi reverenciado em Pérgamo, com um pequeno templo, construído no século 2 a.C. Quando o imperador romano Caracalla foi se tratar em Asklepion, no início do século 2, tratou de reformá-lo para que as pessoas passassem a chamá-lo de Templo de Caracalla. Partes desse templo também se encontram em Berlim.

O que vemos, hoje, do Templo de Dionísio
O que vemos hoje do Templo de Dionísio.
Imagem digital do Tempo de Dionísio
Graças à tecnologia, podemos saber como o Templo de Dionísio era, na antiguidade

Pérgamo: quanto custa visitar a Acrópole

O ticket simples custa 200 liras turcas (em torno de 7 dólares). Com áudio guide, t 275 (em torno de 10 dólares). O passe para visitar os museus de Bergana custa t 2.500(pouco mais de 93 dólares).

Pérgamo além da acrópole

Além da acrópole, há outros monumentos espalhados por Bergama, além do museu da cidade. Eles são imprescindíveis e você precisa visitá-los.

Asklepion

Este antigo centro de cura era dedicado ao deus da medicina, Asklépio, também conhecido como Esculápio, na mitologia romana. Neste lugar, decorado com estátuas alusivas à medicina, as pessoas chegavam em busca de cura para as suas doenças, especialmente, as neurológicas. Os pacientes com doenças fatais não eram aceitos para que os demais não perdessem a fé nos deuses.

Entrada de Asklepion, em Pérgamo, Turquia
A entrada de Entrada de Asklepion é majestosa.

Tratamentos em Asklepion

Banhos purificadores, exercícios físicos, orações e sacrifícios faziam parte dos tratamentos e os pacientes acreditavam que eram curados durante o sono. Entre os métodos adotados em Asklepion, o mais importante era a autossugestão, mas também usavam a hipnose, a interpretação dos sonhos, atividade física, teatro, leitura, entre outras práticas. Para isso, eles contavam com um templo, um ginásio, uma biblioteca e um santuário. Para os pacientes foram construídas 3 piscinas de mármore – uma delas, para banhos de lama. Asklepion também tinha um spa com fontes termais para tratamento das doenças de pele e para onde as mulheres corriam em busca da beleza. E não podemos deixar de citar que este centro de cura é parte da história de um dos médicos mais importantes da antiguidade e pai da farmacologia, Galeno. Aí, ele estudou, desenvolveu métodos, ensinou e escreveu seu nome na história.

Asklepion, em Pérgamo, Turquia
A área das piscinas e terapias com água

Basílica Vermelha ou Salão Vermelho (Red hall)

Construída no século 2 d.C., por ordem do imperador romano, Adriano, este templo era consagrado a deuses egípcios. Suas paredes de tijolos vermelhos foram cobertas com mármore trazido das ilhas de Lesbos e Thasos. Hoje, chamado Basílica Vermelha, este templo impressiona pelo tamanho: ele tem 14 metros de altura e uma fachada de 60 metros. Mas todo o complexo media 265 metros de comprimento por 100 e largura. As rotundas que ainda sobrevivem têm cúpulas de alvenaria, com uma abertura no centro para a luz entrar. O valor do ticket para visitar a Basílica Vermelha é t 40, aproximadamente, 2 dólares.

Basílica Vermelha
A Basílica Vermelha é uma das edificações bem preservadas de Pérgamo
Basílica Vermelha
O interior da Basílica Vermelha tem decoração clean
Abertura da rotunda da Basília Vermelha
A luz entra por uma abertura no topo da rotunda
Basílica Vermelha
Na entrada da basílica, um deus egípcio

Museu de Bergama

Este museu, aberto desde 1936, resguarda uma pequena parte da história de Pérgamo: os achados arqueológicos e etnográficos do povo dessa região. Trata-se de uma coleção de artefatos encontrados na região de Bergama, incluindo esculturas, cerâmicas e moedas antigas. O museu está aberto todos os dias, das 8:30 às 19 h, e o ticket custa t 60, o equivalente a quase 3 dólares.

Pérgamo e o fim

Com Trajano e seus sucessores, a cidade ganhou vida e floresceu como uma nova cidade romana. Com Adriano, Pérgamo ganhou templos, estádio, teatro, fórum, anfiteatro, sendo elevada ao posto de metrópole. Asklepion foi ampliado, transformando-se num spa luxuoso e maior centro de cura do mundo. Mas sob Caracalla, a economia de Pérgamo colapsou, chegando ao fim com um terremoto no ano de 262. Em seguida, ainda foi saqueada algumas vezes

Dica

Para visitar Pérgamo no verão, use chapéu e protetor solar. Leve água e use sapatos confortáveis.

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Sônia Pedrosa

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comentários

30 respostas

    1. Sonia , você como sempre ,nos faz viajar com você! Amei tudo !Pena que eu não tenho mais idade e principalmente ” pernas” , para enfrentar mais essa maratona. Já viajamos muito também ( eu e João Alfredo) mas, tudo tem seu tempo ! No entanto, é muito bom poder acrescentar novos horizontes ao nosso conhecimento através de você e suas maravilhosas viagens ! Estou ansiosa pela próxima.! Um abraço da prima Lúcia.

      1. Lúcia, obrigada pelo comentário!
        Prima, nós já estamos encontrando dificuldades pra viajar, também. O calor impiedoso nos faz muito mal e trilhas, ladeiras, subidas e descidas, a gente já está dispensando. Já estamos deixando muita coisa para a próxima encarnação rsrsrs
        Um beijo grande!

    1. Amiga querida, grande escritora que relata bem, com excelentes textos por onde passa. A leitura nos permite viver com vc na história… parabéns, gosto muito de acompanha- la.

    2. Sonia adorei e o tema muito me interessa. Realmente não sabia que esses templos romanos ficavam na Turquia.. Aquele valor de 93 dólares é para uma so pessoa.

  1. Realmente um local para ser colocado na lista de viagens para ser visitado. Que história cheia curiosidades e que mostra que a luta pelo poder é destrutivo.
    Sônia a sua forma de relatar o DESTINO é um resgate histórico para nós seus leitores. Parabéns

  2. Para quem gosta de História, seu relato Sônia, é uma aula MARAVILHOSA! Daquelas que todos ficam encantados com o EXCELENTE PROFESSOR. Parece que estamos assistindo um filme!
    Suas dicas e informações preciosas nos deixa com vontade de ir a uma Agência de Viagens para, imediatamente ir visitar esse lugar encantador.
    Obrigado Sônia por esse presente Maravilhoso. M. Luiz.

    1. Manoel Luiz, agradeço demais por suas palavras. Escrevo tudo com muito carinho e dedicação e esse retorno não tem preço!
      Muito obrigada!

  3. De carona, com palavras e imagens de Sonia Pedrosa, podemos voar longe, conhecer o mundo… Parabéns, Soninha, pelo lindo trabalho.

  4. quando achamos que sabemos alguma coisa , nos deparamos com esta localidade encrustada na história e muitos , assim como eu não conheciam .
    – obrigado pelo levantamento histórico sem apelos , matéria esclarecedora sobre a fascinante antiguidade , hipnose , avanços em construir , morar e governar .

    1. Nick, vez por outra, nos deparamos com surpresas como estas… foi um lugar que adorei conhecer.
      Muito obrigada pelas suas palavras, como sempre, muito gentis!!!
      Beijão pra vc!

    1. Ricardo, seu comentário é um bálsamo! Eu misturo as coisas, né? Fico tão fascinada pela história que esqueço dos aspectos turísticos!
      Um beijo grande, meu querido primo!

  5. Triste, mas necessário conhecer a história de civilizações antigas e sua destruição. O poder é destrutivo sim, mas sempre resta algo de positivo nestas ruínas e seu texto sempre destaca a beleza do eram e do que ainda resta. Ah, não consegui enxergar o livro no altar de Zeus! Kkk

    1. Rosina, obrigada pelo comentário!
      O livro a que me referi foi para explicar a foto. Essa foto que usei foi tirada de um livro. Acho que eu me expliquei mal, vou rever o texto e deixar mais claro.

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