A Praça Vermelha fica no coração de Moscou e reúne várias atrações da cidade. Na verdade, grande parte das atrações está aqui, uma muito próxima da outra. Nesse post, você vai conhecer esse espaço que reúne visitantes e moscovitas e saber por que a Praça Vermelha é uma referência.

O que você vai ler aqui, neste post:
TogglePraça Vermelha e a história
A Praça Vermelha foi criada em 1493, quando Ivã III mandou derrubar as casas que ficavam na frente do Kremlin, para dar espaço para essa praça. Logo, surgiu um mercado, com barraquinhas de madeira vendendo diversos produtos. Mas, vez por outra, o fogo tomava conta e destruía as barracas e até começaram a chamá-la de Praça do Fogo. Ainda assim, a praça era linda e o nome atual derivou da palavra russa, красная (krasnaya), que pode significar tanto “lindo” quanto “vermelho”. E, é bom que se diga, não tem relação com o comunismo.


Praça Vermelha
A Praça Vermelha tem 500 metros de comprimento e é bastante larga, já foi local de anúncios públicos e execuções. Hoje, está cercada de história: Mausoléu de Lênin, Museu Histórico, Catedral de São Basílio, GUM (o shopping mais antigo da Rússia), a Catedral de Kazan, a Porta da Ressurreição e outros prédios importantes. É, também, o local dos desfiles militares da época da União Soviética e os atuais, lugar onde se comemora o réveillon.

Praça Vermelha – Mausoléu de Lênin

Lênin não queria. A mulher dele, Nadedja Krúpskaya, também não. Mas, quando ele morreu, em 1924, apesar de ela ter implorado para que ele fosse enterrado como todo mundo, decidiram que o corpo do ex-líder soviético deveria ser preservado. Então, ele foi embalsamado e colocado num mausoléu temporário, na Praça Vermelha.

O mausoléu
Em 1929, quando viram que o embalsamento tinha dado certo, que o povo fazia uma fila enorme para vê-lo, decidiram que o corpo de Lênin deveria ficar ali por mais tempo. Daí, resolveram fazer um mausoléu mais estruturado, uma pirâmide em labradorita e granito. Em outubro de 1930, o mausoléu estava pronto para receber o corpo de Lênin, definitivamente.
Hoje, fala-se que ele será transferido para outro lugar. Pelo menos é o que 60% dos russos querem: que o corpo vá para um cemitério. Para mantê-lo do jeito que está, um laboratório dedica-se à conservação do corpo de Lênin. O de Ho Chi Minh, líder vietnamita, pega uma carona e, todos os anos, passa 3 meses em Moscou para a aplicação de líquidos para a conservação. Durante a Segunda Guerra, o corpo foi transferido para a Sibéria.

Os cuidados com a conservação
Para conservar o corpo de Lênin embalsamado, o governo gasta uma média de 13 milhões de rublos (mais ou menos 690 mil reais) por ano. A cada 3 anos, as roupas são trocadas. O embalsamento já dura 93 anos e, segundo o diretor do laboratório, a tecnologia utilizada, agora, fará com que ele dure mais 100 anos. A verdade é que, aparentemente, o corpo está em ótimo estado, até parece que está vivo, de tão rosado. Mas, dizem que diversas partes do corpo foram substituídas por cera. Fotografar é proibido.

Para visitar o mausoléu
O mausoléu fica aberto à visitação de terça a quinta e de sábado a domingo, das 10 às 13 horas. A fila começa a se formar às 9. Às 10 horas, quando abrem as portas, a fila flui. Simplesmente, porque ninguém pode parar para olhar Lênin. Ele fica no meio de uma câmara, na penumbra, no seu sarcófago, sendo observado por dois guardas. A visita, na verdade, dura segundos. A gente passa por ele, dá a volta, mas não pode parar.

Praça Vermelha e cemitério do Kremlin
Antes de entrar na câmara, passamos pela necrópole da muralha do Kremlin, onde estão os túmulos de outras personalidades importantes do país: o escritor Maksim Gorki, o cosmonauta, como os russos dizem, Iuri Gagarin; a revolucionária Rosalia Zemliatchka; a mulher e a irmã de Lênin, além de vários líderes políticos, como Stalin, Brejnev, Andropov, Chernenco…

Divisão de classes
A necrópole está dividida em 3 classes de túmulos: individuais – para os chefes de estado – com direito a busto;


Túmulos de personalidades
Gente que marcou a história da União Soviética: cientistas, artistas, políticos, escritores, militares, cosmonautas, partidários e heróis – com direito a placa, nome e datas de nascimento e morte. Num desses túmulos, está o jornalista americano, John Reed, autor de “Os dez dias que abalaram o mundo“, único não russo enterrado no Kremlin. Mas é impossível identificá-lo. Nomes e datas estão escritos com o alfabeto cirílico.

E os túmulos coletivos, para as pessoas que morreram nas guerras ou nos acidentes com perdas em massa.

Praça Vermelha: túmulo do soldado desconhecido
O Túmulo do Soldado Desconhecido é dedicado aos mortos da Segunda Guerra Mundial. A Guarda de Honra do Regimento do Kremlin é responsável pela manutenção da chama, sempre acesa. Eles ficam ali, em vigília, 24 horas por dia, com troca de guarda a cada hora.

Praça Vermelha: Museu Histórico
À esquerda do Kremlin, fica o Museu Histórico do Estado. Enorme, com torres pontiagudas, tijolos vermelhos, um verdadeiro palácio de telhados prateados.

Em 1881, Alexandre II mandou construir o museu, de forma que não destoasse do resto da praça. A ideia era abrigar, nos seus 4 mil metros quadrados, mais de 5 milhões de objetos – da pré-história aos dias de hoje. A entrada do museu custa 350 rublos (em torno de 19 reais).

Praça Vermelha: Catedral de São Basílio
Numa ponta da Praça Vermelha está a Catedral de São Basílio. Ela foi encomendada por Ivã, o Terrível, em 1552, para festejar a conquista da fortaleza de Kazan, nesse ano. Em 1561, ela estava pronta. Diz a lenda que Ivã ficou tão maravilhado com o que viu que mandou cegar o arquiteto responsável pela obra, para que ele não repetisse o feito. Mas isto é, apenas, uma lenda.
No início, a catedral era chamada de Igreja da Trindade mas mudou para São Basília para homenagear um santo russo muito respeitado. Ela também não tinha todas essas cores, era branca e, vai ver, sem graça. Ela só ganhou o colorido uns 200 anos depois da construção, quando esse estilo chegou à Rússia, já no século 17. Dizem que a inspiração para construí-la foi o livro do apocalipse, da Bíblia.
A Catedral de São Basílio, cujo nome oficial é Catedral da Intercessão da Santíssima Theotokos no Fosso, é um dos pontos turísticos mais visitados de Moscou. Cartão postal da cidade e símbolo do país, a catedral é conhecida pelas suas 9 cúpulas coloridas em forma de bulbo, que mais parecem doces irresistíveis. Difícil não ficar impressionado diante desta igreja ortodoxa, classificada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade, em 1990.

Arquitetura da igreja
Com uma estrutura única, ela até parece irreal de tão colorida e diferente que é entre as demais igrejas de cidade. A gente entra e encontra 9 capelas, todas muito decoradas e com cores fortes. Quando visitamos, numa delas, havia três 3 músicos cantando músicas sacras à capela e vendendo os seus CDs. E foi lindo demais. A Catedral de São Basílio parece a casa de Joãozinho e Maria, um castelo de areia e outras associações que as pessoas fazem de acordo com a própria imaginação. Trata-se de uma unanimidade. Por fora e por dentro, ela é linda.

Recepção
Logo na entrada, a estátua de dois heróis russos: o açougueiro Kuzma Mínin e Dmitry Pojársky, que reuniram voluntários para combater os poloneses, em 1612, e venceram.

Para visitar a catedral de São Basílio
Paga-se 500 rublos (em torno de 27 reais) para entrar e apreciar as 8 capelas principais que celebram as campanhas de Ivã, o Terrível, contra a cidade de Kazan, além da Iconóstase barroca da capela central, a galeria que liga as 8 capelas e para ver Moscou lá de cima, numa altura que equivale a 5 andares.






Os degraus da catedral me chamaram a atenção por serem altos, mais ou menos, 30 centímetros de altura. Ou seja, as escadas são difíceis… mas todo o sacrifício vale a pena.

Catedral de Kazan
Essa igrejinha linda é a Catedral de Kazan, uma réplica da original que foi demolida em 1936. A anterior era de 1637 e abrigava o ícone da Virgem de Kazan, adorada por todo o país. Ela está situada na parte nordeste da Praça Vermelha, perto do Museu Histórico do Estado e em frente ao Kremlin de Moscou.
A construção da catedral começou em 1624, durante o reinado do czar Mikhail Romanov, e foi concluída em 1636. A catedral foi originalmente dedicada à Nossa Senhora de Kazan, uma icônica imagem da Virgem Maria, venerada na Rússia. A arquitetura da Catedral de Kazan tem um estilo barroco russo e foi projetada pelo arquiteto Postnik Yakovlev, o mesmo arquiteto responsável pela Catedral de São Basílio, localizada no outro lado da rua.
Ao longo dos anos, a Catedral de Kazan testemunhou vários eventos históricos, inclusive as coroações de alguns imperadores russos.

Porta da Ressurreição
Demolida em 1931, essa passagem foi reconstruída em 1995. Mas a Porta da Ressurreição ou portão, ou ainda Porta de Iberia, data de 1680 e é parte das muralhas defensivas do Kremlin de Moscou. Ela fica próxima à Catedral da Anunciação e à Praça das Catedrais. Na entrada, está o padroeiro da cidade, São Jorge, matando o dragão. Nessa passagem tem uma igrejinha, que guarda o ícone da Virgem Mingrélia.
Ao longo dos séculos, a Porta da Ressurreição passou por várias reconstruções e reformas para manter sua integridade estrutural e sua importância como entrada principal do Kremlin. Durante o reinado de Pedro, o Grande, no início do século 18, a porta foi redesenhada em estilo barroco e uma nova torre foi adicionada, dando-lhe sua aparência atual.


GUM
Um dos lados da Praça Vermelha é tomado por este que é o mais antigo shopping de Moscou, o GUM – Gassudarstveny Universálny Magazin, construído em 1921, no lugar do antigo mercado, e denominado “filas do comércio de cima”, antes da revolução. O prédio, construído com grades de ferro batido e com teto de vidro, é impressionante – dia ou noite.


Lojas
O maior magazine da Rússia já abrigou mais de mil lojas que vendiam sedas, peles e velas. Mas, no governo de Stalin, elas foram transformadas em escritório. Hoje, as maiores e melhores grifes do mundo estão lá, misturadas a elegantes restaurantes, cafés e boutiques de caviar.




Ainda há muito o que mostrar de Moscou e Saint Petersburg. Aguarde os próximos posts!
Respostas de 5
Maravilhoso seu texto e as fotos incríveis!
Um dos meus sonhos é conhecer a Rússia. Deve ser um país incrível. E a Praça Vermelha em Moscou junto com todas as suas atracções está no topo de lugares a visitar quando lá for. Confesso que não tenho grande curiosidade em ver o corpo de Lenin 🙁
Patrícia, a Rússia é um país incrível, foi a minha viagem mais incrível, com certeza!
Recomendo a todo mundo. Se eu tivesse uma única chance de viajar na minha vida, certamente, recomendaria a Rússia. Quero voltar e desvendar um pouco mais desse país incrível.
O Mausoléu de Lênin é muito curioso e eu fiz questão de ver porque é um pouco da história do país.
Muito obrigada pela visita e pelo seu comentário.
Um abraço grande.
Praça Vermelha, em Moscou é incrível. Um sítio e marco histórico. Ainda não tive o privilégio de conhecer, mas está no alto da minha lista. Adorei as dicas. Muito obrigada.
Que bom que você gostou, Dayse! A Praça Vermelha, realmente, é um espetáculo, um marco na cidade, geralmente, por onde a gente começa a explorar a cidade.
Obrigada pela visita e um grande abraço pra você.