O Hermitage (Госуда́рственный Эрмита́ж) é um dos museus mais importantes do mundo, com mais de 2,5 milhões de visitantes por ano. Ele teve início em 1764, com a coleção particular de Catarina, a Grande, imperatriz da Rússia. Com o passar dos anos e a avidez da Imperatriz, em adquirir mais e mais obras de arte, a coleção cresceu e hoje ocupa todo o Palácio de Inverno, além de outros espaços. O Hermitage está localizado às margens do rio Neva, cercado de prédios e monumentos históricos importantes, em São Petersburgo, na Rússia.
O que você vai ler aqui, neste post:
ToggleA entrada
Dois grandes portões dão para a Praça do Palácio. Um deles era da Imperatriz, ia direto para os seus aposentos. O outro, do comandante. No dia 25 de outubro de 1917, soldados, marinheiros e operários forçaram o portão da imperatriz e invadiram o Palácio. Para marcar esse acontecimento, o portão recebeu o nome de Okitiábrski, que significa “de outubro”. Quando a cidade de São Petersburgo fez 300 anos, em maio de 2003, o Palácio de Inverno abriu esse portão e é por aí que grande parte dos visitantes entra.
O Hermitage e suas riquezas
O Hermitage, que significa “retiro”, possui uma vasta coleção de itens que dão uma ideia da história do país. São mais três de milhões de peças distribuídas em vários prédios, onde estão representados vários estilos e culturas – russa, europeia e oriental. Dizem que, se pararmos por um minuto em frente a cada peça exposta, vamos demorar 11 anos para ver tudo. Definitivamente, não dá para ver as 460 salas de uma vez, ainda que você se proponha a passar o dia inteiro, no museu. O melhor é fazer uma seleção do que quer ver.
Os salões do Hermitage
O Hermitage é famoso não apenas pelas peças importantes que guarda, mas pelo prédio magnífico, as salas e salões incríveis, decorados com certo exagero, é verdade, mas que deixam o visitante de queixo caído. Cá para nós, depois de ver o Hermitage, nenhum outro museu do mundo impressiona.
Exposição 1917
Em 2017, ano que se comemorou o centenário da Revolução Russa, o museu conseguiu reunir uma impressionante coleção de documentos e obras de arte, e abriu uma exposição ao público com o título de 1917, proporcionando aos visitantes uma oportunidade única de mergulhar na complexidade e na importância desse período histórico. A exposição ofereceu uma visão detalhada dos eventos que levaram à revolução e das consequências que se seguiram, destacando o papel crucial da Rússia na formação do século XX.
Com curadoria cuidadosa e narrativas envolventes, a exposição cativou a imaginação do público, com cartazes, bandeiras, artigos de jornais, quadros, objetos pessoais, esculturas e panfletos políticos, além de vídeos sobre a revolução. Na entrada, antes da escadaria principal do Hermitage, onde tudo começou, um vigoroso operário recebe a todos, com o espírito da época.
Pontos de vista à parte
Não importa se a gente é contra ou a favor da revolução que mudou a Rússia, definitivamente. Não importa se a gente é a favor do comunismo ou não. Se a gente gosta de História, esse museu e essa exposição mexem com a gente, de alguma forma. Em mim, revolveram as minhas lembranças, trouxeram à tona uma adolescente apaixonada pela Rússia, que devorava filmes e livros que falavam do país. Nessa visita, eu me emocionei várias vezes.
Registros
Pelos corredores por onde passamos, vimos faixas e cartazes que incitavam: “Paz ao mundo todo, todo poder ao povo, toda terra ao povo”, “Proletários de todos os países, uni-vos!”, “A educação é uma ferramenta nas mãos do proletariado contra o jugo do Capital”. Frases que o povo não cansa de repedir e implorar e os poderosos ignoram, solenemente. Isso, desde o início dos tempo e, pelo o que vejo, não vai acabar nunca.
Os Romanov na exposição
Obviamente, família Romanov está no foco desta exposição. Fotos, cartazes, roupas, objetos, filmes e ambientes referentes ao imperador Nicolau II, sua mulher Aleksandra Feodorovna e seus filhos, Olga, Tatiana, Maria, Anastásia, e Alexei – todos mortos e canonizados em 2000, tomam conta das paredes de uma parte do museu. Toda a história estava nessa exposição, ou uma versão dela, para quem quisesse conhecer ou conferir.
Lênin
Encerrando a exposição, um quadro de Vladimir Ilyich Ulyanov, mais conhecido pelo pseudônimo de Lênin – o revolucionário comunista, teórico e dirigente que transformou o país. Com ele, que derrubou o regime czarista e estabeleceu o regime comunista no país, começou um período de repressão política, censura e controle estatal sobre a economia e a sociedade russa.
Resistência
O Hermitage enfrentou vários desafios durante a sua existência: um incêndio que durou mais de 30 horas e consumiu quase todo o palácio; durante a Primeira Guerra, as salas foram transformadas em hospital; com a Revolução de 1917, além das perdas irreparáveis, foi declarado estatal, aberto à visitação gratuita e as exposições eram feitas com acervos de outros museus. Muitas das suas obras foram para o Museu Pushkin, em Moscou, e nos anos 1930, 2800 pinturas foram vendidas para angariar verba para o Estado. Ainda assim, o Hermitage é grandioso, imponente.
Respostas de 8
Lindo. Realmente fiquei com vontade de conhecer. A Rússia não estava na minha lista prioritária de países a visitar, mas agora está. Obrigado Sônia.
Fico feliz em ter lhe inspirado. A Rússia é um país incrível, você não vai se arrepender de dar uma passadinha por lá! Obrigada pela visita!
Eita que esse museu é grande, precisa de um dia inteiro para ver tudo!
Gustavo
Na verdade, vários dias, Gustavo. O museu é enorme, há muito o que ver!
Sônia! Uma ajuda por favor, eu fiz a compra dos ingressos neste site que você indica. Veio o débito no meu cartão, porém não recebi o e-mail com os ingressos, e não consegui mais visualizar no site… você teria alguma dica sobre isto? Grata desde já!
Oi, Caren!
Deve ter no site, um local para comunicação, para você falar sobre isso. Tem muito tempo que você fez a compra? Como é o site do museu, eu posso dizer que é um local seguro. Eu não tive problema. Enviei um e-mal pra vc, agora.
Eu sou louca por museus e na minha lista está o Hermitage, em São Petersburgo. Eu ia para a Rússia mas infelizmente a guerra veio e adiei meus planos. Obrigada por compartilhar essa experiência!
Alexandra, o Hermitage, realmente, é um museu espetacular. Também estamos esperando a guerra acabar para voltar a esse país incrível que é a Rússia.