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Descubra o encanto da capital russa: um roteiro pela ruas de Moscou

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Uma vez na capital moscovita, calce o seu tênis mais confortável, saia para caminhar pelas ruas de Moscou. A cada esquina, você vai se deparar com um monumento, uma catedral, uma rua emblemática ou um jardim deslumbrante. A cada quarteirão, a história vai estar bem à sua frente, viva – devidamente cultivada e respeitada. Ícones e lembranças de tempos que não voltam mais, mas que se fazem presentes, definitivamente, na vida dos moscovitas e na memória dos turistas: o Ballet Bolshoi, a Rua Arbat, hotéis cinco estrelas e até a KGB são instituições que fazem parte da história da cidade. Como ignorar tudo isso?

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Você pode não gostar, mas que esse prédio impressiona, impressiona.
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Os prédios maiores, como este, são da era stalinista

Pelas ruas de Moscou, o Bolshoi

Em 1776, quando Catarina, a Grande, permitiu as apresentações teatrais, bailes e outras formas de entretenimento, começa a história do Teatro Bolshoi – um dos símbolos do país. O prédio foi inaugurado em 1856, no dia da coroação do czar Alexandre II. De lá para cá, a contribuição do Bolshoi para as artes cênicas tem atravessado fronteiras. E ele, certamente, é uma das boas surpresas para quem anda pelas ruas de Moscou.

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O Bolshoi é um dos 80 teatros em Moscou

Confesso que foi praticamente impossível visitar o Bolshoi, devido ao número de turistas querendo conhecê-lo. A melhor opção, realmente, é escolher um espetáculo e comprar um ingresso para assistir. E foi o que fizemos. Naquela noite, às 19h30, era uma ópera: Manon Lescaut, de Puccini. O valor do ingresso para cada espetáculo varia, mas é super acessível e ninguém deve perder essa experiência.

Fila no Bolshoi
A fila na porta do Bolshoi cresceu pouco a pouco

De fora, o Bolshoi já impressiona. Sua fachada é decorada por um pórtico com oito colunas e, em cima, a escultura de Apolo numa carruagem puxada por 4 cavalos de bronze. À noite, com uma iluminação artística, ele fica deslumbrante.

Pelas ruas de Moscou, o Teatro Bolshoi
Apolo e os quatro cavalos de bronze rumo ao sol
Pelas ruas de moscou, o Teatro Bolshoi
À noite, o Bolshoi ilumina tudo à sua volta

Um dos melhores teatros do mundo

Quando entramos no teatro, o que vemos é luxo e bom gosto. Lustres, cortinas, acústica, tudo pensado nos mínimos detalhes. A estrutura somada à excelência técnica dos profissionais do balé, ópera e orquestra fazem do Bolshoi um símbolo importante do país. Na entrada, me disseram que era proibido fotografar. Por isso, deixei a minha máquina na portaria junto com meu casaco. Lá dentro, todos usavam o celular para registrar. Só me restou o meu celular mequetrefe para registrar a lindeza de teatro.

Interior o Teatro Bolshoi, pela ruas de Moscou
Os preços dos espetáculos são acessíveis e os espetáculos começam por volta das 19h30
Bolshoi lustre
O lustre de cristal brilha no centro do salão principal
Pelas ruas de Moscou, Bolshoi por dentro
Os 1600 lugares do teatro e o camarote do czar

Pelas ruas de Moscou: a KGB

Todos os dias, quando a gente saía do hotel, em direção à Praça Vermelha, passava por um prédio na Praça Lubyanka, que me chamava a atenção. Grande, amarelo e sempre fechado, eu tinha certeza de que já tinha visto aquele prédio no meu guia. Foi só conferir… Esse é o prédio da antiga KGB – Komitet  Gosudarstvennoy Bezopasnosti ou Comitê de Segurança de Estado, hoje, FSB – Serviço de Segurança Federal. O prédio é personagem de uma história tenebrosa, de mortes e torturas de muitos dos inimigos de Stalin. As suas paredes devem estar impregnadas de sofrimento e a energia não é das melhores. Não sei se ele está aberto a visitas. Só o encontrei fechado.

Pelas ruas de Moscou, a KGB
A antiga KGB na Praça Lubyanka. Seus antigos agentes ocupam cargos de destaque na administração do país.

Museu Estatal Vladmir Maiakovski

Perto da Praça Lubyanka, onde fica a antiga sede da KGB, o Museu Estatal Vladmir Maiakovski convida os passantes a uma visita. A entrada do museu tenta traduzir o perfil do poeta e impressiona. No museu, o destaque são os cartazes de propaganda política feitos por ele. Mas, encontramos também documentos, fotos, obras de arte e objetos pessoais. Por último, estão expostas duas máscaras mortuárias: uma branca e outra preta. No quarto andar do prédio, um cômodo retrata o quarto de Maiakovski.

pelas ruas de Moscou, o Museu Estatal Vladimir Maiakovski
A entrada construtivista do Museu Maiakovski

Nascido na Geórgia e criado em Moscou, Maiakovski era um dos poetas preferidos de Stalin. Além de poeta, ele também escreveu peças de teatro, dirigiu filmes e foi editor de uma revista de arte chamada LEF. Maiakovski se envolveu com o movimento revolucionário com apenas 14 anos. Ao Partido Comunista, ele deu todo o apoio, embora tivesse muitos conflitos quando o assunto era a censura. Foi um dos seus defensores mais eficientes. Um dia, decepcionado com o regime, suicidou-se.

Pelas ruas de Moscou, o Cosmos Hotel

O Hotel Cosmos é um dos maiores de Moscou. Ele está localizado ao lado do Centro de Exposições VDNKh, perto do monumento aos cosmonautas russos, e foi construído para os Jogos Olímpicos de 1980. A inauguração aconteceu um ano antes, com a presença de políticos e celebridades.  O projeto do hotel foi desenvolvido por arquitetos soviéticos e franceses. Na praça em frente ao hotel, uma estátua do presidente francês, General Charles de Gaulle, celebra a parceria. O Hotel Cosmos tem 718 quartos, 53 apartamentos de dois quartos, 6 apartamentos de quatro quartos e, resumindo, 3600 leitos na rede hoteleira.

Pelas ruas de Moscou, o Cosmos Hotel
Os preços das diárias começam em 2950 rublos, mais ou menos, R$ 174,00. com café da manhã.

Pelas ruas de Moscou, um clássico: o Metropol

O hotel Metropol foi um dos primeiros hotéis 5 estrelas da Rússia. Ele foi inaugurando em 05 de março de 1905 e esteve presente em momentos importantes na vida do país. Quando o governo soviético se mudou para Moscou, em 1917, o Metropol se transformou na residência dos líderes do Partido Bolchevique e do Estado Soviético. Eles, mais do que ninguém, adoravam o luxo e o conforto. Para melhor atendê-los, o restaurante central do hotel foi transformado em uma sala de reuniões e os quartos luxuosos foram ocupados pelos bolcheviques, além de comissões e comitês.

Pelas ruas de Moscou, o Hotel Metropol
A fachada do Metropol, um ícone moscovita
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O bom gosto do hotel Metropol – um luxo que direitas e esquerdas adoram. Foto: site do hotel.

A Casa Branca

A “casa branca” russa fica em Moscou e é chamada de Casa do Governo da Federação Russa. Para o turista que gosta da política recente, ela é imperdível. Toda coberta de mármore, ela era a sede do Parlamento da Federação Russa. Em 1991, foi o polo de resistência ao golpe dos comunistas mais radicais contra o presidente da União Soviética, Mikhail Gorbatchov. Liderando a oposição ao golpe estava o presidente da federação russa, Boris Yeltsin, que atravessou as filas de tanques que cercavam a Casa Branca, sem que ninguém ousasse prendê-lo. O golpe foi por água abaixo e, logo depois, a União Soviética e o regime comunista ruíram.

Acho que todo mundo se lembra das imagens da Casa Branca em chamas, em 1993, quando o exército russo cercou e bombardeou o prédio. Dessa vez, porque os deputados se trancaram na Casa, em protesto à nova proposta de Constituição. As imagens correram o mundo e tornaram essa casa branca famosa. Ela continua sendo super vigiada, com câmeras por todos os lados e policiais super armados. Mas, o Parlamento tem um novo endereço e o gabinete do Presidente fica no Kremlin. Visitar, nem pensar!

Casa Branca
A impressionante Casa Branca, em Moscou.

Rua Arbat

Caminhando pelas ruas de Moscou, certamente, você vai encontrar esta que é a rua principal de um bairro moscovita, habitado, inicialmente, pelos artesãos e cavalariços do czar e, depois, pela aristocracia, seguida por profissionais liberais, intelectuais, escritores, poetas e artistas. Caminhando pelo bairro, encontramos igrejas históricas, monumentos importantes, casas e mansões do início do século 19. A Ulitsa Arbat é exclusiva de pedestres e nela se enfileiram antiquários, livrarias, cafés, restaurantes georgianos que, à noite, são iluminados por lindas e antigas luminárias. Nessa rua, o maior de todos os escritores russos, Pushkin, viveu com a mulher, assim que casou.

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A movimentada ulitsa Arbat, coração do bairro Arbat Velho
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À noite, a Rua Arbat é pontuada por luminárias antigas

Four Season Hotel

O Four Season Hotel Moscow é uma réplica moderna do lendário Hotel Moscou, inaugurado em 1935. No final da década de 20, o governo da URSS resolveu construir esse hotel e torná-lo símbolo de uma era. Para tanto, foi contratado o arquiteto Alexei Shchusev, que apresentou o projeto a Stalin, com duas opções – mas na mesma folha de papel. Stalin gostou de um dos projetos, mas assinou autorizando bem no meio do desenho. Sem saber qual projeto tinha sido escolhido pelo líder soviético, e sem coragem de questioná-lo, o arquiteto resolveu construir a partir dos dois projetos. Resultado: o lado direito do hotel é diferente do lado esquerdo.

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À noite, a diferença na fachada permanece. Foto do site.
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Andando pelas ruas de Moscou, não deixe de observar a silhueta do hotel

Casa de Pashkov

Essa mansão é uma das surpresas de quem caminhas pelas ruas de Moscou. Ela já foi a melhor residência da cidade. De frente para o kremlin, foi construída entre 1784 e 1788 para o rico Capitão Piotr Pashkov. Em 1839, um parente do capitão vendeu a mansão para o Instituto dos Nobres de Moscou. Em 1861, ela passou a ser o Museu Rumyantsev que, de mudança de São Petersburgo para Moscou, trouxe consigo um acervo de arte e uma biblioteca com mais de um milhão de livros.  Hoje, devidamente restaurada, a mansão pode ser alugada para eventos – 160 mil dólares por noite.

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Dizem que a fachada mais bonita é nos fundos da casa, com vista para um jardim

A Biblioteca Estadual de Lenin

Na verdade, Biblioteca Estatal Russa (Российская государственная библиотека). Esta é a terceira maior do mundo em número de livros, com mais de 17 milhões de volumes. Fundada em 1862, ela também foi a primeira biblioteca pública de Moscou. Até 1991, quando regime soviético caiu, chamou-se Biblioteca Lenin da URSS. Mas, quem está à frente da Biblioteca é o escritor Dostoievski. O turista que quiser visitá-la pode entrar e fazer seu cartão de visita. É de graça.

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Dostoievski, à porta da biblioteca, recepciona a todos

Moscou City

A mais ou menos 4 quilômetros da Praça Vermelha, fica o Centro Internacional de Negócios de Moscou, conhecido, também, como Moscou City. Trata-se de um complexo de prédios que combinam atividade empresarial e entretenimento, numa área de mais de 60 hectares. Antes dos prédios altos e modernos, o espaço era ocupado por uma pedreira e os prédios que ali estavam eram de fábricas abandonadas. Em Moscou City estão 6 arranha-céus e entre eles, o segundo, o terceiro, o quinto, o sexto e o sétimo edifícios mais altos da Europa.

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Moscou City impressiona pela modernidade que contrasta com o resto da cidade

Pernas, para que te quero

Moscou é uma cidade fácil para se locomover. Com um sapato confortável ou um tênis, caminhar e descobrir os segredos pelas ruas de Moscou é um programa dos melhores. E o que facilita é que grande parte das atrações está em torno da Praça Vermelha. Além disso, você também pode fazer uso do metrô, que funciona muito bem, e do Uber, com o qual tivemos uma experiência maravilhosa – e sugerimos a todos.

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autor(a)

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Sônia Pedrosa

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comentários

Respostas de 28

  1. As imagens são majestosas, deslumbrantes, mas o seu texto é mesmo um incrível convite….. Obrigada querida por partilhar tanta magia.

  2. Amiga, seus textos são encantadores e nos faz viajar com vc, fui em setembro e constatei que tdo que vc fala e como fala é deslumbrante mesmo. Adorei, me apaixonei por tudo que vi e vivi por lá.
    Beijão minha inspiradora de viagem…….

  3. Sempre dou prioridade pelas caminhadas pelas cidades, assim a gente a acaba descobrindo locais diferentes e vê monumentos e prédios interessantes. Mas sempre ouvi falar que andar sem guia em Moscou pode ser um obstáculo, já que se for abordado por alguma autoridade, não falam inglês e fica o impasse de comunicação. O que você acha disso?

    1. Leo, a nossa experiência em Moscou e São Petersburgo foi a melhor. Fomos eu e meu marido, sem pacote ou excursão. E a viagem foi perfeita.
      O povo é muito educado e gentil e toda a garotada fala inglês. Não tivemos um único problema com a língua. Até conhecemos uma funcionária de uma loja de artesanato que falava português, de tanto que já atendeu brasileiros. Pode se programar sem medo. Ninguém aborda vc na rua, pede documentos ou coisas assim. A Rússia foi a melhor viagem da minha vida, lugar onde vi as coisas mais bonitas do mundo. Morro de saudade e quero voltar!
      obrigada pela visita e um grande abraço pra vc.

  4. Muito legal como um simples passeio pelas ruas de Moscou pode ser muito interessante e repleto de informações e culturas. Adorei os prédios antigos. É bom saber que tem blogueiros fazendo conteúdo de destinos nao tão convencionais e que não é muito do nosso costume viajar. bjao

    1. Moisés, que bom que vc gostou!
      A Rússia é um país maravilhoso e todo mundo deveria conhecer.
      Obrigada pela visita e um grande abraço.

  5. Precioso post, um passeio pelas ruas de Moscou! Com um olhar atento, é possível fazer um excelente turismo urbano! Quero conhecer logo Moscou e apreciar as belezas encontradas durante a caminhas pelas ruas! Òtimas dicas!

  6. Nossa, quantas edificações lindas tem Moscou. Adoro caminhar nas minhas viagens e já vi que pelas ruas de Moscou terei muito o que ver. Adorei este hotel com dois lados diferentes. Obrigada por compartilhar sua experiência.

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