A viagem para a Rússia foi um dos melhores acontecimentos da minha vida. Pode parecer exagero, mas este era um sonho que eu tinha desde pequena. Mas era muito complicado planejar essa viagem. Até que um dia, o visto não era mais necessário e aí, sim, pude resgatar esse sonho e realizá-lo.
Nós começamos por Moscou, onde passamos 7 noites – uma semana incrível. Em seguida, seguimos para São Petersburgo, para mais 6 noites. Nesse post, estão as dicas e as impressões que tivemos da capital russa.
O que você vai ler aqui, neste post:
ToggleViagem para a Rússia: quando ir
Certamente, viajar para a Rússia na primavera e no outono, quando as temperaturas são mais amenas, é melhor. Mas, no final do ano, quando elas despencam e o país se veste de branco, também é uma ideia. Entre novembro e março, a temperatura pode chegar a menos 30 graus.
Nós fomos em meados de outubro e ficamos até 5 de novembro. Pegamos temperaturas variadas, de 0 a 7 graus negativos. Chegou a nevar e a chover, o que considero desagradável. Mas não achei a época tão ruim, assim. Quando estamos agasalhados, o frio não atrapalha. Só há um inconveniente: o calor nos ambientes fechados. Se, por baixo do casaco ou sobretudo, estivermos com uma roupa quente, vamos sofrer com o calor. A dica é vestir um casaco adequado e, por baixo, uma roupa fresquinha.
Viagem para a Rússia: documentos
O visto não é mais necessário para entrar na Rússia. Apenas, um passaporte válido para, pelo menos, 6 meses. Na entrada, recebemos um cartão que deve permanecer com a gente ao longo da viagem e ser entregue na saída. Não tivemos dificuldade para passar pela alfândega. Funcionários gentis, quase doces.
Viagem para a Rússia:
Não existem voos diretos. Há, sempre, uma conexão, no meio do caminho. Voamos pela Turkish Airlines, a melhor companhia do mundo, desde 2011. A passagem custou um pouquinho mais que 4 mil reais para cada, porque fizemos uma conexão de 3 dias em Istambul e pagamos mais uma taxa de embarque.
Uma viagem para a Rússia, a gente sabe, é longa, 12 horas de São Paulo até lá. Mas, é possível ir pela Alitalia, TAP, Royal Air Marrocos, Ibéria, KLM e tantas outras empresas aéreas, com voos a partir de 2.900 reais, nesse momento (novembro 2017). O preço varia de acordo com a companhia, as promoções, a época e a antecedência com que você compra a passagem. Depois de 3 dias em Istambul, seguimos viagem para Moscou – mais 4 horas de voo.
Viagem para a Rússia: a chegada
Moscou tem 3 aeroportos principais, operando voos nacionais e internacionais, todos dotados de restaurantes, bares, lanchonetes e outras comodidades, Também oferecem conexão wifi gratuita e os balcões de informação sobre voos, terminais, horários de chegada e partida, transporte para Moscou e outras cidades. Eles funcionam 24 horas por dia e os funcionários são multilíngues.
Demodedovo
A 42 quilômetros a sudeste da cidade, este é o aeroporto de maior tráfego: mais de 30 milhões de passageiros por ano. Mais de 80 companhias aéreas operam nesse aeroporto.
Sheremetyevo
Fica a 29 quilômetros do centro, no noroeste da cidade, tem 6 terminais e atende a mais de 200 destinos.
Vnukovo
Este é o menor e mais novo aeroporto da capital russa e fica a pouco mais de 28 quilômetros do centro. Ele foi criado para ser usado durante a segunda guerra mundial mas, no fim da guerra, passou a ser um aeroporto civil.
Saindo do aeroporto
Aeroexpress: os trens partem a cada meia horas, desde às 6 da manhã à meia-noite e têm ligação com o metrô. O ticket pode ser comprado na hora ou com antecedência, pela internet: https://aeroexpress.ru/#
Do Demodedovo, são 45 minutos e a viagem termina na estação Pavelétsky.
Do Sheremetyevo, são 35 minutos e a viagem termina na estação Byelorúsky.
Do Vnúkovo, são 40 minutos e a viagem termina na estação Kíevsky.
A viagem de trem até o centro de Moscou custa 320 rublos, aproximadamente, 5 dólares.
De ônibus: são uma outra opção. O ônibus circulam de 6 à meia-noite, com partidas a cada 15 minutos. Mas, como o trânsito em Moscou não é dos melhores, existem os atrasos. O ticket custa 120 rublos, aproximadamente, 2 dólares.
De táxi: eles podem ser agendados, desde já, no site do aeroporto http://www.domodedovo.ru/passengers/transport/taxi ou num dos balcões de informação no próprio aeroporto.
A minha dica: quando reservar o hotel, pedir o transfer. Para a região da Praça Vermelha, ele custa de 1200 a 1600 rublos, aproximadamente, 18 e 25 dólares.
Viagem para a Rússia: a capital
Numa viagem para a Rússia, a capital não pode ficar de fora. Moscou é uma cidade incrível! Cortada pelo Rio Moskvá e por ruas e avenidas largas, arborizadas, a capital da Rússia é cheia de áreas verdes e tem uma arquitetura de cair o queixo. Praças e jardins estão em todos os cantos e são frequentados pelos moradores da redondeza. Moscou é uma cidade generosa com seus habitantes.
Gentileza: uma característica russa
Museus, galerias, igrejas, teatros, shoppings e restaurantes fazem a alegria de turistas, geralmente, embasbacados com a linda cidade, cujos moradores são, aparentemente, felizes. E o melhor: gentis. Uma gentileza sem tamanho. Em todas as vezes que paramos na rua para procurar alguma coisa no mapa, chegou alguém oferecendo ajuda. Numa dessas vezes, um rapaz largou o amigo e nos levou até a porta de um museu, que ficava do outro lado do quarteirão. Ou seja, ele andou mais de cem metros para nos dar a informação correta.
Outra boa surpresa que tivemos foi com os motoristas, no trânsito. Nem precisávamos estar na faixa para atravessar a rua e eles já paravam. Achei todos muito civilizados, embora o trânsito seja caótico.
Viagem para a Rússia: a língua
O idioma russo é impenetrável. O cirílico é o alfabeto usado e vem de Cirilo, nome do monge que inventou, junto com outro monge, Método, o alfabeto, em 860. Não tem nada que se pareça com o português. Mas, os jovens falam inglês, além dos profissionais dos hotéis, restaurantes e até alguns vendedores ambulantes. E não tivemos dificuldade neste quesito. Na rua, nos museus e monumentos, as placas estão no alfabeto cirílico, mas não achei que isso era uma dificuldade. Só me deixou curiosa.
O Transporte
O metrô de Moscou é principal meio de transporte entre os moscovitas. Trata-se de um dos mais movimentados e eficientes do mundo. São mais de 200 estações, 313 quilômetros de trilhos, 10 mil trens circulando todos os dias e mais de 15 milhões de passageiros, diariamente – dez vezes mais que o de São Paulo e mais que o de Nova Iorque e Londres, juntos. Os trens chegam a cada 90 segundos, na estação, nos horários de pico.
A história
As obras do metrô de Moscou começaram em dezembro de 1931, com o objetivo de servir de vitrine do socialismo e das conquistas dos trabalhadores. Todos foram convocados para a empreitada – homens e mulheres, além de 3 mil membros da União da Juventude Comunista, auxiliados pelo Exército Vermelho. Eles trabalhavam voluntariamente, nas horas de lazer.
Arte no metrô
Algumas das estações, não todas, são verdadeiras obras de arte. Os melhores artistas da URSS foram chamados para decorar o metrô, com temas como a revolução, a defesa nacional e o estilo de vida soviético. As estações mais famosas são a Mayakovskaya, Komsomolskaya, Byelorusskaya. Confesso que andei pouco de metrô, preferi o Uber, que funciona maravilhosamente bem e os preços são ótimos.
Viagem para a Rússia: quanto custa o metrô
O preço do bilhete do metrô: 16 rublos (menos que 2 reais); cartões com 60 viagens, 580 rublos (32 reais); bilhete mensal par 70 viagens, 860 rublos (47 reais); viagens ilimitadas, 1300 rublos (72 reais). Os táxis não são a melhor opção, uma vez que eles mal usam o taxímetro e preferem acertar a viagem com o passageiro. Geralmente, esse acerto chega a ser 5 vezes mais o que a corrida vale. A minha sugestão é o Uber.
Viagem para a Rússia: onde ficar
Em Moscou, o melhor lugar, na minha opinião, e na opinião de grande parte dos turistas, é em torno da Praça Vermelha. Por ali, já estão os festejados Hotel Nacional, o Metropol, o Four Season e outros estrelados. Mas existem várias opções mais em conta. É em torno da Praça Vermelha que está grande parte das atrações da cidade. Assim, dá para ir a pé a vários lugares. Ficamos num hotel bem próximo, o Red Brick. Novo, simples, com um bom café da manhã, jantar e funcionários bem simpáticos. No fim do dia, voltávamos a pé pro hotel.
Viagem para a Rússia: o povo
Achamos o povo russo, bonito, bem tratado e bem vestido. E que ninguém venha me dizer que é porque já estava frio e, nessa época, as pessoas ficam bem vestidas. Não necessariamente. Não vimos pedintes pela rua, não vi batedores de carteira, não vi lixo pelos cantos, não vi calçadas estragadas e nem buracos nas vias. Senti uma inveja…
Viagem para a Rússia: a arquitetura
Esta é uma parte importante numa cidade, precisa ser funcional e ter um mínimo de estética para ser agradável. E a de Moscou é surpreendente, dada a variedade e a riqueza de estilos, cores e tamanhos. São igrejas incríveis, coloridas, com cúpulas ornamentadas, capelas charmosas, residências, palácios, torres, mansões, imponentes edifícios governamentais, monumentos históricos, tudo muito diferente, grandioso e bonito.
Viagem para a Rússia: o artesanato
O melhor lugar para encontrar o artesanato russo, em Moscou, é na Ulytsa Arbat, uma rua de pedestres linda, que já foi o nome da região que fica a oeste do Kremlin, onde moravam os artesãos do tzar. No final do século 18, a aristocracia tomou conta do pedaço, seguida por intelectuais e artistas de Moscou, e os artesãos tiveram que sair. Ainda assim, foram homenageados com seus nomes nas ruas da redondeza.
Ulytsa Arbat
Essa rua é exclusiva de pedestres. Nos dois lados, vamos encontrar antiquários, lojas, bancas de livros, restaurantes, bares e cafés frequentados por moscovitas e turistas. Também encontramos o belo artesanato russo: as famosas matrioshkas, de todos os tamanhos e estilos, papais noéis, personagens do folclore russo – grande parte em madeira -, além de xales, brinquedos e antiguidades soviéticas.
Nessa rua, conhecemos a simpática Irina, funcionária de uma loja, que aprendeu a falar português com os turistas. E por sinal, muito bem, sem sotaque. No meio da conversa, Irina falou, com muito orgulho, que é amiga de uma brasileira famosa, a atriz Vera Holtz, com quem tem uma foto no celular.
Viagem para a Rússia: a culinária
Come-se muito bem na Rússia. As iguarias mais famosas são o caviar e o blinis, mas outros pratos, na maioria, ensopados de repolho, batata e beterraba, além de cogumelos, arenques, pães e queijos estão na mesa dos russos, diariamente.
O Strogonoff é uma delícia e é servido em restaurantes, bares, bistrôs e lanchonetes, para todos os bolsos. Nós comemos num restaurante a quilo no shopping e pagamos, cada um, em torno de 25 reais. O strogonoff abaixo, comemos no Stroganoff Steak House, em S. Petersburg, e pagamos em torno de 166 reais.
A culinária georgiana
Numa viagem para a Rússia, impossível não se impressionar com a diversidade de restaurantes – italianos, japoneses, americanos e franceses, que por todos os cantos. Mas, o sucesso é dos georgianos, seguidos dos armênios e uzbeques, ex-repúblicas soviéticas.
Numa viagem para a Rússia, é impossível deixar de experimentar os pratos georgianos. Os restaurantes estão por todos os cantos. Um prato, como esse abaixo, custa em torno de 30 reais e dá para duas pessoas. Uma sugestão é o Pirosmani Restaurante, na Arbat, 25, onde pudemos experimentar várias iguarias.
Tudo sobre a Rússia: as igrejas ortodoxas
São muitas. São centenas, no país. Cada uma mais bonita que a outra. A principal característica de igrejas e catedrais é a altura, a verticalidade – somada ao colorido e às cúpulas com a cruzes ortodoxas. Uma cúpula simboliza um único deus. Três cúpulas representam a Trindade. Cinco representam Cristo e quatro evangelistas.
Sete cúpulas também são usadas porque 7 é um número sagrado. E treze, porque correspondem a Jesus e os doze apóstolos. É possível encontrar igrejas com mais cúpulas ainda!
Por dentro, as igrejas são espetaculares. Não há lugar para sentar. O culto ortodoxo russo é assistido em pé. E muitas vezes, duram até cinco horas. Tudo é feito em função de estimular os cinco sentidos de quem assiste ao serviço: a luz, a fumaça do incenso, o som, o ambiente místico, além dos ícones que adornam as paredes, os pilares e o teto. Tudo muito impressionante.
Quanto tempo ficar
Muito difícil dizer. Nós ficamos 7 dias em Moscou e 6 dias em Saint Petersburg e achamos pouco. Há muito o que ver no país. A história está por todos os lados. Moscou tem mais de 80 museus, mais de 150 teatros, parques, monumentos, túmulos, torres, igrejas incríveis, mosteiros e palácios, sobre os quais pretendo falar nos próximos posts!
Respostas de 6
Amei as dicas?Quero ler sobre St.Pettesburg
É já já, Adriana!
Boas dicas. Deu vontade de sair pra comprar a passagem, agora.
Gustavo
ha ha ah… é verdade, quando releio, dá vontade de voltar!
Um dos meus sonhos é conhecer a Rússia assim o seu post vai ajudar imenso na organização dessa viagem.
Patrícia, que legal! A Rússia é um país apaixonante e recomendo a viagem a todos!