O Museu da Gente Sergipana é uma das boas surpresas para o turista que chega a Aracaju/SE. Ele está localizado numa das vias mais bonitas da cidade: a Avenida Ivo do Prado, também conhecida como Rua da Frente. Do outro lado, fica o Rio Sergipe, que margeia toda a capital sergipana.
O que você vai ler aqui, neste post:
ToggleA história do Museu da Gente Sergipana
O prédio do Museu da Gente Sergipana é antigo, de 1926, do tempo do Colégio Atheneu D. Pedro II, que funcionou ali até 1969. Depois disso, várias repartições públicas ocuparam o prédio, até que foi desativado, em 1996. Por um bom tempo, o prédio ficou abandonado, até que o Governo do Estado lançou a ideia do museu.
A restauração do Museu da Gente Sergipana
Em 2009, o Instituto Banese deu início à sua restauração. E de tão lindo que ficou, o projeto foi vencedor do Prêmio “o melhor da arquitetura 2012”, na categoria “Restauro”, da revista “Arquitetura e Construção”, um ano depois da sua inauguração. Em 2013, outro prêmio: “Atração do Ano”, pelo Guia 4 Rodas.
Para dar vida ao Museu da Gente Sergipana, uma equipe de arquitetos, historiadores, designers, engenheiros e pesquisadores coordenada pela Ágora Arquitetura, trabalhou duro. O projeto original foi seguido à risca!
O trabalho de restauração
As características do prédio foram mantidas e até foi possível recuperar as pinturas parietais, escondidas por diversas camadas de tinta. O Museu da Gente Sergipana também ganhou um belo estacionamento e um charmoso café, onde as pessoas costumam finalizar a visita.
Nas paredes do estacionamento, a arte de artistas plásticos sergipanos consagrados enobrecem o espaço.
Museu da Gente Sergipana e seu conteúdo
Mas, o que guarda esse Museu da Gente Sergipana, e o que faz ele ser tão interessante? A história, as tradições, a arte, o folclore, os costumes, a cultura do sergipano. Mas, tudo exposto de uma forma original, com criatividade. Trata-se do primeiro museu multimídia do nordeste, cuja concepção artística é do mesmo idealizador do incrível Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, Marcello Dantas.
A visita ao Museu da Gente Sergipana
O começo é pelo foyer, que dá acesso ao auditório, onde podemos assistir a um vídeo que faz uma panorâmica sobre a cultura sergipana. Saindo do auditório, subimos uma linda escadaria e, lá em cima, numa sala dedicada às feiras do estado, Josevende, um feirante virtual, dá início à experiência que é conhecer o Museu da Gente Sergipana. Ele é o típico feirante e, com sua lábia, interage com o visitante e tenta vender os seus produtos.
Produtos milagrosos em exposição no Museu da Gente Sergipana
Josevende tenta vender uma garrafada milagrosa, o “elixir sertanejo” que, segundo ele mesmo, levanta o desejo, é depurativa, limpa o sangue, purifica o corpo, elimina a fraqueza, combate o cansaço, tosse, ciática, chiado no peito, bronquite, sinusite, celulite, frescurite… No final, ele ainda chama o freguês de mão de vaca.
Pelos rios sergipanos
Em seguida, entramos por um túnel, onde é proibido fotografar e nos sentamos num barco. Com a projeção de um filme em 360 graus, temos a impressão de que estamos navegando pelos rios sergipanos. Passamos por 6 paisagens naturais, e conhecemos a fauna e a flora do estado, os seus ecossistemas. A experiência é uma delícia!
Mas, antes de entrar, um painel chama a atenção para a fauna e a flora que vamos ver lá dentro.
Culinária em destaque no Museu da Gente Sergipana
Mais uma sala e vamos aprender sobre os quitutes sergipanos. Uma mesa interativa, com projeção, exibe vários ingredientes. A ideia é juntar, virtualmente, 4 deles para fazer um prato: doce de pimenta, de caju, de jaca, queijadinha, moqueca, casquinha de aratu, carne do sol com pirão de leite são alguns deles. Quando acertamos na composição, o prato aparece pronto com a receita e um pouco da sua história.
Vida Rural
Em outra sala do museu, o assunto é a roça – a agricultura e a pecuária. Um joguinho, no estilo “farmVille”, possibilita a plantação, a colheita, a limpeza do pasto, a alimentação dos animais, a compra e a venda dos produtos. A garotada se diverte.
Midiateca do Museu da Gente Sergipana
Neste espaço, um painel de renda irlandesa conta a história de Sergipe, desde a pré-história. A renda irlandesa, embora seja patrimônio cultural do Brasil, é feita, exclusivamente, por um grupo de mulheres da cidade de Divina Pastora, interior do estado. Com ela, certamente, a história de Sergipe é mais rica, nobre e completa.
Tecnologia no Museu da Gente Sergipana
Ainda na mesma sala, todo o acervo digital do museu está disponível nos computadores. Todos podem ter acesso a todas as informações.
As praças sergipanas
Continuando a visita, entramos numa sala aonde são projetadas as principais praças do estado – principais referências dos acontecimentos locais. No centro, uma alusão ao primeiro carrossel a chegar em Sergipe, em 1904: o Carrossel de seu Tobias – presente na memória da maioria dos aracajuanos. À medida que o carrossel gira, a paisagem projetada nas paredes se modifica e as principais praças de Aracaju e do interior são exibidas.
O artesanato no Museu da Gente Sergipana
Um labirinto negro, com uma iluminação especial, guarda mais história do povo sergipano – seus costumes, lendas, objetos do dia a dia, modo de vida, a sua intimidade. À medida que andamos, as luzes se acendem e vamos descobrindo preciosidades como o artesanato.
Nossos cabras
Mais adiante, com o título de Nossos Cabras, uma sala dá lugar aos protagonistas da história sergipana, gente que se destacou, através da filosofia, da poesia, das artes plásticas, gente que orgulha os conterrâneos: Arthur Bispo do Rosário, Ofenísia Freire, Núbia Marques, Tobias Barreto e outros tantos que enriquecem a história de Sergipe. Retratos animados dessas personalidades contam fatos pitorescos e curiosidades sobre a passagem deles por aqui.
Jogos
E como brincadeira também é cultura, um jogo de amarelinha nos apresenta às várias manifestações artísticas do estado. É só escolher a festa que está escrita na amarelinha e jogar o cubo. Desafio concluído, um vídeo sobre a festa escolhida é acionado.
Brincadeiras
Ainda na mesma sala, o visitante pode girar um pião numa mesa interativa e, de acordo com o lugar que ele parar, um monumento, uma igreja, um marco arquitetônico será mostrado.
Na sala seguinte, um enorme jogo da memória nos convida à brincadeira, com objetos representativos da cultura local, que nos remetem ao cotidiano, como peneiras, bolas de gude, panelas de barro, flautas e vassouras.
É coisa que não acaba mais…
E quando você pensa que acabou, surgem dois espaços. Um dedicado ao Repente e outro ao Cordel. No primeiro, decorado por esteiras e por quadros de palavras que rimam umas com as outras, o visitante vai poder escolher seu repentista, ouvir um repente e, se quiser, dar continuidade improvisando com os próprios versos. A performance do visitante poderá ser gravada e disponibilizada na internet – se o visitante quiser, claro – na mesma hora!
O cordel no Museu da Gente Sergipana
No espaço do Cordel, decorado pelos típicos livretos, acontece a mesma coisa: o visitante pode declamar os versos que aparecem no monitor e isso pode ser gravado e veiculado na internet. Mas tudo com a autorização do visitante.
Vocabulário e sotaque
No átrio do museu, também há muito o que ver. Um jereré, que é uma rede de pescar, com vários objetos do cotidiano sergipano estão pendurados no alto e um mapa de Sergipe, divido em regiões está no chão, ao alcance de todos. Para cada região, um áudio com o sotaque, o ritmo e o vocabulário daquele pedacinho do estado.
Pelas paredes, o colorido das palavras e termos locais que caracterizam o sergipano.
Não basta sair com o coração transbordando…
Antes de sair, passe pela Loja da Gente, que fica logo na entrada do museu. Impossível sair de lá sem comprar alguma coisa! Pela vitrine, já dá para ver o colorido da loja, a diversidade de produtos e a criatividade das peças. É lá que encontramos o melhor e mais criativo artesanato sergipano.
Largo da Gente
Interagindo com o museu, está o Largo da Gente Sergipana, inaugurado em 17 de março de 2018, aniversário da cidade, do outro lado da rua, sobre o rio Sergipe. O largo homenageia as manifestações folclóricas do estado: Parafusos, Chegança, Lambe-sujo e Caboclinhos, Bacamarteiros, Cacumbi, Reisado, Taieira, São Gonçalo e o barco de fogo.
Para visitar o Museu da Gente Sergipana
Localização: Avenida Ivo do Prado (ou Rua da Frente), 398 – Centro – Aracaju/SE
Tel.: (79) 3218-1551
Site do Museu da Gente Sergipana: http://www.museudagentesergipana.com.br/
Funcionamento: de terça à sexta – de 10h às 16h.
Sábados, domingos e feriados: de 10h às 15h.
A entrada e o estacionamento são gratuitos.
O Café da Gente pode ser frequentado independentemente do Museu, entre 10h e 20h.
Tel.: (79) 3246-3186
Respostas de 10
Nossa, adorei esse museu! Vou me programar para ir a Aracaju e a minha primeira saída será para o Museu da Gente Sergipana.
Esse museu é incrível! Que bom que você gostou!
Conheci o museu e amei. Simplesmente lindo e criativo. O Café tb é bem convidativo. Fiquei encantada. Visita obrigatória.
É verdade, Adriana! Visita obrigatória para quem vem a Sergipe! E o café… sim, é irresistível! Beijão!
Além de Lindo o Museu agrada tanto crianças como adultos de todas as idades De maneira agradável , interativa e divertida narra muito bem a história do Sergipano, vale a pena visitar.
Sim, Claudia! Esse museu é um espetáculo!
Não conhecia esse Museu da Gente Sergipana. Adoraria levar meus pequenos. Além de tudo, uma atração gratuita. Ótima dica!
É verdade, Angela! E o museu é interativo, as crianças adoram!
Muito obrigada pela sua visitinha e um grande abraço!
Adoro o Museu da gente Sergipana. Já visitei inúmeras vezes.
É um lugar que adoro também, Sylvinha!