O Museu da Cosmonáutica, em Moscou, é o programa perfeito para quem, assim como eu, é apaixonada pelo espaço, pelas histórias e projetos espaciais. Por lá, estão em exposição, as roupas de Yuri Gagarin e de outros cosmonautas usadas nas suas respectivas viagens, as condecorações, as cadelinhas empalhadas Belka e Strelka, satélites artificias, além de módulos lunares e um acervo enorme sobre o assunto. Logo no segundo dia em Moscou, fomos lá, conhecer a performance dos russos, no espaço. Melhor dizendo, no cosmos – como eles preferem.
O que você vai ler aqui, neste post:
ToggleMuseu da Cosmonáutica: para visitar
O museu não fica no centro, mas é simples chegar lá. Basta pegar o metrô e descer na estação VDNKh, uma das festejadas estações de metrô de Moscou. O ticket do metrô custa 19 rublos, aproximadamente 1 real.
Fundação e inauguração
O museu foi inaugurado oficialmente em 10 de abril de 1981, coincidindo com o 20º aniversário do voo histórico de Yuri Gagarin, o primeiro humano a orbitar a Terra. Este evento marcou um ponto significativo na história da exploração espacial e foi uma fonte de grande orgulho nacional para a União Soviética.
Após sua inauguração inicial, o museu passou por uma grande expansão e renovação que começou em 2006 e foi concluída em 2009. A área de exposição foi significativamente ampliada, permitindo a inclusão de uma maior quantidade de artefatos espaciais e exibições interativas que oferecem aos visitantes uma visão mais ampla e detalhada da história da exploração espacial.
Coleções e Exposições
O museu abriga uma vasta coleção de artefatos históricos relacionados à exploração espacial soviética e russa, incluindo naves espaciais originais, trajes espaciais usados e modelos de satélites e foguetes. Uma das peças mais notáveis é uma réplica do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra. Além disso, o museu exibe documentos históricos, fotografias e outros itens que narram a corrida espacial e suas figuras proeminentes, como Sergei Korolev, o engenheiro-chefe do programa espacial soviético.
Museu da Cosmonáutica: prepare-se
Separe um dia inteiro para ver o Museu da Cosmonáutica. Sim, porque ele não está sozinho. Em torno, existem várias atrações incríveis. VDNKh é a sigla para Centro Panrusso de Exibições, que fica ao lado do museu. O parque, depois de anos abandonado, passou por reformas e, hoje, é um lugar imperdível, com mais ou menos 400 atrações, e avenidas que cortam pavilhões e fontes, exposições científicas e espaços culturais, museus e restaurantes.
Assim que saímos do metrô, logo identificamos a entrada do museu, por causa do gigantesco Monumento aos Conquistadores do Espaço, feito de aço e titânio, com 110 metros de altura, que fica ao lado.
Museu da Cosmonáutica: um convite especial
Logo na entrada, depois que compramos os tickets (250 rublos + 230 para fotografar – em torno de 27 reais), olhamos para cima e vemos Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo espaço, devidamente paramentado, sorrindo, convidando a todos para uma visita inesquecível. O terceiro domingo de cada mês, a visita ao museu é grátis.
Museu da Cosmonáutica: Yuri Gagarin
No primeiro salão, no centro, um Yuri Gagarin gigantesco nos aguarda, de braços abertos, com o Sputnik, primeiro satélite artificial da terra, ao lado, flutuando. Com apenas 27 anos de idade, ele se tornou o primeiro homem a viajar ao espaço. É dele a frase: “A Terra é azul”, que completou com “como é maravilhosa, ela é incrível!”. Gagarin morreu em 1968, em um acidente de avião e está enterrado no Kremlin, com todas as honras de um herói nacional.
Yuri Gagarin tem um acervo grande de objetos e roupas e quem gosta desse tema chega a se emocionar.
Outras celebridades
O primeiro salão do Museu da Cosmonáutica é bastante amplo e ali, vemos, também, as cachorrinhas Belka e Strelka, empalhadas. Elas foram os os primeiros seres vivos a ir e voltar, com vida, do espaço. Com elas, foram também, alguns ratos, um coelho, plantas, mosquitos, mas foram elas que ficaram famosas, junto com Laika, que morreu no espaço e que não se chamava Laika. Laika era a raça.
Laika também foi devidamente homenageada, com um monumento:
As mulheres russas no Cosmos
Valentina Vladimirovna Tereshkova foi a primeira cosmonauta e a primeira mulher a ter ido ao espaço (16 de junho de 1963, na nave Vostok). Depois do sucesso que foi a sua missão, virou heroína nacional, com direito a condecorações. Até hoje, foi a única mulher a fazer um voo solo. Nascida em 6 de março de 1937 em Maslennikovo, uma vila na região de Yaroslavl, na União Soviética, Tereshkova veio de uma família humilde e teve uma infância marcada pelo trabalho em uma fábrica têxtil e pelo interesse em atividades de paraquedismo, o que foi crucial para sua seleção futura como cosmonauta.
Em 1962, Tereshkova foi selecionada para se juntar ao programa espacial soviético devido à sua proficiência em paraquedismo. Ela foi escolhida junto com outras quatro mulheres, como parte de um projeto para enviar uma mulher ao espaço. Ela se destacou no grupo devido à sua habilidade e comprometimento, sendo escolhida para a missão solo.
Em 16 de junho de 1963, Tereshkova foi lançada ao espaço a bordo da nave Vostok 6. Durante seu voo, ela passou quase três dias no espaço, orbitando a terra 48 vezes. Durante a missão, ela conduziu experimentos científicos e tirou fotografias da atmosfera, que foram utilizadas para estudar a camada de ozônio. O voo de Tereshkova não só provou que as mulheres poderiam suportar as condições do espaço tanto quanto os homens, mas também foi um marco significativo na luta pela igualdade de gênero nos campos da ciência e tecnologia. Após sua missão, Tereshkova se tornou uma heroína na União Soviética.
Parafernália
Foguetes, estações, satélites, cápsulas, sondas, roupas, comida de cosmonauta, condecorações se espalham pelos salões do Museu da Cosmonáutica. Tudo muito bem organizado, bem conservado e emocionante. Muito bom, ver, também, várias turmas de colégio com seus respectivos professores explicando cada objeto.
Programas
O Programa Luna, também conhecido como Lunik, era uma série de missões espaciais não tripuladas enviadas à lua, entre 1959 e 1976. Duas delas são essas, abaixo. O objetivo era realizar experiências, estudar a gravidade, a temperatura e coletar amostras do solo lunar. Para isso, eles usavam essas sondas. Algumas delas até andavam!
No museu, fica explícita a presença dos russos no espaço para pesquisar, estudar e acrescentar alguma coisa à humanidade.
Museu da Cosmonáutica: outros destaques
Com a reforma, outros países também ganharam espaço no Museu da Cosmonáutica, inclusive, os Estados Unidos que, para os russos, foram até a lua com uma câmera, para transmitir a chegada do homem à lua, e uma bandeira, para fincar e dizer que chegaram lá, primeiro. Dá para perceber uma ironia sutil…
Brasil no Museu da Cosmonáutica
Até o Brasil estava lá, representado pelo nosso astronauta, Marcos Ponte.
Interação
E para completar, numa das salas do Museu da Cosmonáutica, um sistema de comunicação permite que os visitantes façam contato com os cosmonautas em órbita, em tempo real.
E o melhor: o museu possui um simulador de encaixe da nave Soyuz-TMA com a Estação Espacial Internacional. Um desse, mesmo, é usado no Cosmonaut Training Center. Yu. A. Gagarin, para o treinamento de cosmonautas, nesse encaixe. Nesse simulador, o visitante vai ter teoria e prática de voo espacial, mas em russo, e vai aprender a operar a nave Soyuz-TMA. Mas é preciso reservar: para grupos de 1 a 4 pessoas. A experiência dura de 1,5 a 2 horas e custa 5 mil rublos, o equivalente a 283 reais.
Significado Educacional e Cultural
O Museu da Cosmonáutica não apenas celebra as realizações passadas, mas também serve como um centro educacional e inspiracional, destacando os avanços tecnológicos e a continuação das explorações espaciais. Ele desempenha um papel crucial em educar o público sobre a ciência espacial e em inspirar as novas gerações de exploradores espaciais.
Através de suas exposições e coleções, o Museu da Cosmonáutica em Moscou oferece uma janela para o passado, presente e futuro da exploração espacial, celebrando os feitos de cosmonautas, engenheiros e cientistas que tornaram possível a jornada humana além da Terra.
Horários do museu:
Terça-feira – das 10:00 às 19:00
Quarta-feira – das 10:00 às 19:00
Quinta-feira – das 10:00 às 21:00
Sexta-feira – das 10:00 às 19:00
Sábado – das 10:00 às 21:00
domingo das 10:00 às 19:00
Endereço: 129515, Moscou, Prospekt Mira, 111
Respostas de 10
Muito legal e curioso!
é verdade! Muito curioso, mesmo!!!
Wow que maravilha, acho muito bacana esse lance deles usarem o termo cosmonauta. A Rússia está na minha lista de visitas, principalmente o circuito turístico da época da guerra fria. Soube que muitos abrigos anti bomba foram transformados em locais de entretenimento, como restaurantes, sala de cinema…
Cristian, é um dos países mais incríveis que eu já fui! Eu gostaria de ter ido ao bunker 42, mas são 20 andares de escada para descer e para subir. Eu não aguentaria…rsrsrs
Muitas coisas interessantes pra se aprender nesse museu.Gostaria de experimentar a comida.Ñ lembrava que uma mulher tinha ido ao espaço.Acho que é pouco divulgado.Amei as fotos!!
Sim, o museu é maravilhoso!!! E deveria ser mais divulgado, com certeza!!! Obrigada pela visita!!!
Esse museu, eu gostaria de conhecer! Boas dicas!
Gustavo
Esse museu é um espetáculo, eu amei!
Embora o tema não me interesse tanto, fiquei interessada em conhecer o Museu da Cosmonáutica afinal, parece ser um belo museu e minha geração foi marcada pela ida do homem à Lua.
Sim, Sylvinha, é um museu que vale a pena visitar!