A Fortaleza de Pedro e Paulo, que nasceu com o objetivo de defender o país, deu início à cidade de São Petersburgo. Ela terminou desempenhando várias funções, menos, as militares. Sua localização é na ilha de Zayachy. Perto dali, Pedro, o Grande mandou construiu uma cabana, onde se acomodou para acompanhar a construção da fortaleza bem de perto. Pedro, que era um homem sem grandes exigências, chamava a cabana de apenas duas salas, de “meu belo palácio”. A “Cabana de Pedro” foi declarada patrimônio histórico em 1723, quando ele ainda estava vivo.
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O que você vai ler aqui, neste post:
ToggleFortaleza de Pedro e Paulo: como chegar
Tendo como referência a Avenida Nevsky ou o Hermitage, é possível ir até lá, andando. No meio do caminho, várias edificações históricas, pontos turísticos e curiosidades justificam a caminhada de 2,5 km. Depois de atravessar a Ponte da Praça do Palácio, passamos pelas Colunas Rostais e a Bolsa de Valores. Nas imediações, estão o Cruzador Aurora, a Cabana de Pedro, o Grande, a Capela Troitskaia e a Mesquita principal. Logo, a gente vê o muro amarelo da Fortaleza de Pedro e Paulo.
Fortaleza de Pedro e Paulo: o que ver
Construída há pouco mais de três séculos, hoje, a Fortaleza de Pedro e Paulo resguarda os túmulos de quase todos os imperadores e imperatrizes do país, inclusive da família Romanov. Por trás dos muros, estão várias edificações, mas aqui estão apenas, as principais: a prisão Trubetskoy Bastion, que abrigou presos famosos; a Casa da Moeda, a Catedral de Pedro e Paulo, a primeira da cidade, além de vários museus, como a Boathouse, o Museu da Tortura e a Casa do Comandante, que contam a história do início de São Petersburgo.
A Fortaleza
Antes de atravessar a última ponte, já avistamos a catedral ortodoxa de São Pedro e São Paulo e o caminho que nos leva a ela.
Catedral de São Pedro e São Paulo
Chegando lá, assim que atravessamos o portão, logo nos deparamos com a Catedral, altíssima, amarela e linda – por fora e por dentro. Erguida entre 1712 e 1733, a Catedral de São Pedro e São Paulo ocupa um lugar especial entre os templos de São Petersburgo. Trata-se de um monumento ao barroco da época e o edifício mais alto da cidade. Com o anjo dourado em cima da flecha do campanário, ela chega a 121,5 metros de altura.
Em 1756, a Catedral sofreu um incêndio, mas Catarina, a Grande, ordenou a sua reconstrução, assim como a recuperação do iconóstase (que é uma parede ou biombo de ícones, para separar a nave da igreja do altar – deixando que este fique visível ou não) e a recolocação de novos sinos, comprados na Holanda. Antigamente, a cada hora, os sinos tocavam o hino real russo – Deus salve o Tsar. Com o fim do Império, eles passaram a tocar o hino soviético. Hoje, parece que eles não tocam nada. Eu, pelo menos, não ouvi nada!
De Pedro I à Família Romanov
Hoje, a Catedral continua com sua função religiosa, mas é, também, um museu e local dos túmulos dos soberanos russos e seus parentes, desde Pedro I (o Grande), falecido em 1725, quando a Catedral ainda não estava terminada, à Dinastia Romanov, passando por Catarina, a Grande, Alexandre I, II e III além de outros menos festejados. Tem quem vá à Fortaleza de Pedro e Paulo, apenas, para visitar esses túmulos e rezar por eles.
Os Romanov
O imperador Nicolau II e sua família – a mulher, Czarina Alexandra e seus cinco filhos Olga, Tatiana, Maria, Anastácia e Alexei, além do médico Eugene Botkin e uma funcionária, foram mortos em Ecaterimburgo, por tropas bolcheviques. Por volta da meia-noite, do dia 17 de julho de 1918, o dirigente da execução pediu ao médico que acompanhava a família que os acordassem e que eles vestissem suas roupas. Todos achavam que estavam sendo transferidos para um lugar mais seguro, mas eles foram para o porão, onde seriam executados, depois de ouvirem a sentença.
Em 1998, no octogésimo aniversário de morte da Família Romanov, os restos mortais de Nicolau II e sua família foram sepultados na Catedral de São Pedro e São Paulo, dentro da Fortaleza de Pedro e Paulo. Em 2000, eles foram canonizados.
Boathouse
Ao lado da Catedral, está a Boathouse, construída de 1762 a 1765, para abrigar o bote de Pedro, o Grande, que ele utilizou para aprender os princípios navais em lagos na área de Moscou. Mantido no pavilhão de 1767 a 1931, o bote foi substituído por uma réplica. A Boathouse também é usada como bilheteria para as exposições e museus da fortaleza.
Bastião Trubetskoy
Esta prisão era destinada a presos políticos. Por ali, passaram Leon Trotski, Fyodor Dostoievski, Maxim Gorki, Alexander Ulyanov (irmão de Lênin) e outros tantos, homens e mulheres devidamente identificados nas portas de cada cela. A prisão Trubetskoy (Тюрьма Трубецкого бастиона) também foi o local onde Pedro, o Grande, mandou torturar, até a morte, o seu próprio filho.
Casa da Moeda
O prédio principal da Casa da Moeda é um dos mais antigos da cidade e foi construído entre 1800 e 1805, para substituir as oficinas de cunhagem na Fortaleza de Pedro e Paulo, que produziam dinheiro e medalhas desde 1724. Concebido em estilo clássico, o edifício principal foi complementado nas décadas de 1830 e 1840 por outras oficinas. A Casa da Moeda continua a produzir moedas, prêmios estaduais e outras medalhas oficiais.
Casa do Comandante
Local das exposições do Museu da História de São Petersburgo, a Casa do Comandante é um edifício barroco, construído entre 1743 e 1746. A fachada principal permanece praticamente inalterada desde então. O prédio abrigava os alojamentos do Comandante da Fortaleza de Pedro e Paulo e sua da sua família, além de uma capela, uma lavanderia e estábulos. Em outubro de 1917, o edifício tornou-se, por algum tempo, a sede do Comitê da Guerra Revolucionária de Petrogrado.
Monumento Pedro, o Grande
Em frente ao edifício principal da Guarda, existe uma estátua de Pedro, o Grande, que chama a atenção pela desproporção: cabeça pequena e corpo enorme chegam a ser engraçados. Não sei se o fundador da Fortaleza de Pedro e Paulo e de São Petersburgo ficou feliz com o resultado. Mas, os turistas adoram!
Museu da Tortura
Esse museu reúne instrumentos de tortura utilizados na idade média. Achei que podia dispensá-lo. Tortura é um assunto que me causa náusea. Passei pela porta, vi essas figuras e dei por visto. Estou me poupando!
Visita à Fortaleza de Pedro e Paulo
A entrada na Fortaleza de Pedro e Paulo é de graça, mas para visitar cada atração, é necessário comprar um ingresso, que é vendido na entrada. O ideal é comprar o passe que dá direito a todas as atrações e reservar uma manhã ou uma tarde inteira para a visita. Todas as exposições estão abertas diariamente, das 10 às 18 horas, exceto às quartas-feiras. Terças, das 10 às 17 horas.
Ingressos: 600 rublos (adultos) e 350 rublos (estudantes) – 36 reais e 21 reais, respectivamente .
Respostas de 16
Sônia, como sempre, quero parabenizá-la pela qualidade do blog, que, aliás, se distancia da média local justamente pela excelência no relato jornalístico e na riqueza das imagens. Mas fiquei sentindo a falta desse museu da tortura, justamente pelo caráter absurdo que ela (a tortura) representa na história da humanidade. precisamos rememorá-la sempre, para combatê-la. Esquecer é perdoar. Ainda mais que esse terrível instrumento segue em pleno vigor no século 21.
Você tem toda a razão, Luciano! Foi um lapso meu deixa de ir. Acho de extrema importância relembrar certas coisas para que elas não se repitam. Obrigada pela observação! Um grande abraço!
Mais uma ótima matéria e a vontade crescente de um dia visitar a Rússia. Parabéns e obrigado.
Obrigada! Você não deixou seu nome… de qualquer forma, agradeço e reafirmo: a Rússia é um país incrível e deve ser visitado!
Muito obrigada! Muito bom ter esse retorno! Grande abraço!
Muito obrigada! Muito bom ter esse retorno! Grande abraço!
Tudo muito bem retratado!!!
Obrigada!!!! Muito bom ler isso!
Relato excelente, vou utiliza-lo ao pé da letra. Grato querida. Vou ver se tenho estômago para ver o museu da tortura e conto depois. Kkk
kkkkkk Me conte, Claudia, quero saber!
Grande abraço,
sonia.
Adorei o post e a riqueza de detalhes! Ainda não conheço a Rússia e vou salvar aqui suas dicas, pois são muito valiosas! Obrigada.
Cíntia, no blog, temos 18 posts sobre a Rússia. Foi um país que adoramos conhecer e recomendamos sem medo de errar!
Grande abraço,
sonia.
Bela matéria, Soninha. Fiquei com vontade de conhecer.
É um lugar cheio de história!
Gostei muito do post e da pré-visita que ele me proporcionou através de seu olhar. Ainda não conheço a Rússia beijocas
Lilian,
A Rússia era o meu sonho de adolescência e quando realizei, não me decepcionei, pelo contrário. Eu e meu marido nos encantamos de uma forma que, se pudéssemos, voltaríamos, todos os anos, o resto da vida pra lá. O único problema é que queremos conhecer mais um pouco do planeta. Mas ainda vamos voltar!