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Museu D’Orsay: obras-primas e história por trás do renomado acervo

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Galeria central do museu D'Orsay

O Museu D’Orsay é um dos 173 incríveis museus espalhados pela capital francesa, e a sua monumentalidade arquitetônica, a história que carrega e as relíquias que resguarda o tornam um dos mais importantes do país. À frente dele, apenas, o Louvre. Para conferir, leia o post Principais Obras do Louvre: como visitar Rápido, do blog Let’s Fly Away, que dá todas as dicas para aproveitar melhor a visita.

Museu D'Orsay
O Museu D’Orsay fica no bairro Saint-Germain des Prés, margem esquerda do Sena, no VII Arrondissement.

Museu D’Orsay e sua história

No prédio onde está localizado o Museu D’Orsay já funcionou uma linda e antiga estação ferroviária e hotel, construídos em 1900, para a Exposição Universal. Com o tempo, a estação se tornou obsoleta e passou a ter outras finalidades: centro de prisioneiros na Segunda Guerra Mundial, local para o General de Gaulle anunciar a sua volta à política em 1958, cenário para os filmes de Orson Wells e Bertolucci, nos anos 1960. Em 1973, ambos foram fechados e, por um triz, não foram demolidos. O prédio passou por uma grande reforma e, em 1986, o museu foi inaugurado.

O Museu D’Orsay

Todos os anos, mais de 3 milhões de pessoas visitam o Museu D’Orsay, que exibe coleções de pintura, arquitetura, escultura, artes decorativas e fotografia – do período de 1848 a 1914. Em 2018, ele foi apontado pelo TripAdvisor como melhor museu do mundo, com a maior coleção de obras impressionista e pós-impressionistas do planeta – mais de 3.450 obras-primas.

E por que tudo isso?

O Museu D’Orsay é o endereço dos impressionistas – representantes de um movimento referente à pintura, que nasceu no século 19, na França: o impressionismo. Esse movimento teve início a partir de um quadro de Claude Monet, Impressão: nascer do sol, que ignorava a necessidade de retratar a realidade pregada pela academia. Para eles, apenas a luz, as cores, o movimento e as sensações passaram a interessar.

Por lá, vamos encontrar o melhor de Van Gogh, Manet, Monet, Gauguin, Pissarro, Cézanne, Renoir, e tantos outros, além de obras de outros movimentos e escolas. À primeira vista, não é um museu de grande porte, assim como o Louvre, e não é mesmo. Mas há muito o que ver e se você é desses que gosta de ver tudo com vagar, prepare-se para passar o dia por lá. Se não, reserve, apenas, uma tarde para conhecê-lo.

A visita ao Museu D’Orsay

Assim que passamos pela bilheteria e entramos no museu, somos impactados pela estrutura grandiosa, pela luz que entra pelo teto curvado, pelas esculturas que dominam o vão central e o relógio – verdadeiro espetáculo para os olhos.

O vão central do Museu D'Orsay, em Paris, e suas preciosidades
A antiga Gare D’Orsay em seu verdadeiro esplendor ao assumir sua vocação: ser um museu. Foto Pixabay.
Relógio na entrada do Museu D'Orsay, em Paris
A estrutura de ferro e vidro adornada pelo lindo relógio do museu, de 1900. Foto Pixabay.

As obras do Museu D’Orsay que você precisa ver

Difícil não se emocionar com obras que o museu abriga, já conhecidas, ali, diante de nós. Todas têm uma história e importância e, uma vez estando no museu, a gente não pode deixar de se demorar um pouco mais e apreciar:

A Porta do Inferno

A Porta do Inferno, em gesso, de Rodin, fica logo na entrada. Nela, podemos observar várias esculturas famosas do artista, como O Beijo, Adão e O Pensador, que foram tiradas dessa porta, inspirada na Divina Comédia, de Dante Alighieri – encomendada a Rodin para um museu de artes decorativas, que nunca chegou a ser inaugurado.

Museu D'Orsay e a Porta do Inferno
A Porta do Inferno, em bronze, tem 7 exemplares em museus da Europa, EUA e Ásia

Mulher picada por uma serpente

Essa escultura em mármore, de Auguste Clésinger, provocou um escândalo na época em que foi exibida e a gente pode imaginar o porquê. Linda e lânguida, essa mulher se contorce com a picada da cobra e, para desespero dos pudicos, ela está nua. Ainda hoje, ela continua impactando os visitantes, não mais pela ousadia, mas pela beleza e perfeição da obra.

Mulher picada por uma serpente, de Clesinger, no Museu D'Orsay
A escultura é tão fiel que dá a impressão de que a qualquer momento, ela vai se levantar.

L’Arlésienne ou Retrato de Madame Ginoux

Este é o primeiro de uma série de 6 quadros pintados por Van Gogh, da Madame Ginoux, dona do Café de La Gare, em Arles, onde o pintor comia diariamente. Ela era amiga dos artistas que chegavam à cidade, recebeu Van Gogh em sua própria casa, tendo sido também modelo de Gauguin.

Quadro L'Arlésienne no Museu D'Orsay, em Paris.
Madame Ginoux foi uma boa amiga de Van Gogh no tempo em que ele morou em Arles

Retrato do Artista

Assim como outros pintores de sua época, Van Gogh sempre recorria à sua própria imagem para pintar, quando não tinha dinheiro para pagar os modelos. Durante uns 10 anos da sua carreira, ele pintou ou desenhou em torno de 30 autorretratos. Vários quadros semelhantes a este estão espalhados pelos museus do mundo.

último autorretrato do artista holandês, Vicente Van Gogh - no Museu D'Orsay, Paris
Este talvez tenha sido o último autorretrato do artista holandês, Vicente Van Gogh

A noite estrelada

A vontade de retratar o céu e as estrelas começou quando Van Gogh chegou a Arles, em fevereiro de 1888. Por muito tempo, essa busca, ou espera pelo céu perfeito, foi tema de correspondência com o irmão, Teo, com a irmã e com o pintor Emile Bernard. Até que foi presenteado pela natureza e pintou esse quadro que, além do céu estrelado, tem  Rhône como cenário.

Noite Estrelada, Van Gogh, no Museu D'Orsay, Paris
O quadro – onde as luzes a gás brilhavam num laranja intenso e as estrelas como pedras preciosas.

Arearea

Também conhecida como Joyeusetés, esse quadro é parte de uma coleção de pinturas taitianas, realizadas por Paul Gauguin e exibidas em Paris, em 1893. Embora essa coleção seja bastante festejada e reconhecida, na época, não alcançou o sucesso que o artista previa. Os títulos das telas na língua taitiana foi um dos motivos.

Arearea, Gauguin
As cores vibrantes e o cachorro vermelho também assustaram os críticos da exposição. Foto Pixabay.

Baile no Moulin de la Galette

Neste quadro colorido, Renoir quis retratar os amigos no alegre ambiente de um estabelecimento em Montmartre, Paris. Entretanto, quando foi exibido, o quadro que tem as formas pouco definidas, não agradou à crítica. Ainda assim, é considerado a mais importante obra do artista, em meados da década de 1870.

Moulin de la Galette, no Museu D'Orsay, em Paris, França.
É fácil captar a vibração do ambiente nas pinceladas de Renoir.

A Pequena Dançarina de 14 anos

Essa escultura, concebida em cera, ganhou uma versão em bronze depois da morte do seu autor, Degas. Na época em que foi apresentada, a Pequena Dançarina foi considerada hiper-realista, por causa da sapatilha, da saia de tule e a fita no cabelo – tudo em tecido. Ela foi apresentada ao público na exposição de 1881, mas depois ficou escondida no estúdio do artista, junto com outras esculturas.

A Pequena Bailarina de 14 anos
A Pequena bailarina foi uma das 150 esculturas achadas no estúdio de Degas, depois que ele morreu, em 1917.

Homem sudanês em traje argelino

Em 1847, Charles Cordier ficou tão encantado com uma modelo africana, que pintou seu retrato e, desde então, decidiu se dedicar a registrar a diversidade através da sua escultura. De uma viagem à Argélia em 1856, ele trouxe muitos bustos e um deles é Nègre en costume argérian, onde percebemos  a nobreza do modelo.

Nègre-en-costume-algérien
A escultura, junto com outras do mesmo estilo e tema, impressiona pela beleza captada pelo artista.
outras escultura no museu D'Orsay
Outras esculturas de igual beleza impactam o visitante logo na entrada.

As quatro partes do mundo que sustentam a esfera celestial

A obra de Jean-Baptiste Carpeaux fica no meio do vão central do Museu D’Orsay e impressiona pela força, além do tamanho. Trata-se de uma escultura em bronze que retrata a Europa, a Ásia, América e África segurando o globo terrestre. A encomenda ao artista foi feita pelo Barão de Haussmann, prefeito de Paris e, na verdade, era uma fonte para o jardim do observatório, mas o artista decidiu fazer diferente.

Jean-Baptiste-Carpeaux, no Museu D'Orsay
As quatro alegorias dançam em círculo, e também giram sobre si mesmas.

A Dança

Jean-Baptiste Carpeaux esculpiu essa obra entre 1865 e 1869. As 5 figuras femininas são ninfas e elas dançam em torno de um músico. A obra foi encomendada para a Ópera Garnier, mas foi considerada escandalosa. O povo, revoltado com tamanha ousadia das ninfas – rodopiando nuas, cabelos ao vento, sorrindo, que tentaram destruir a escultura e ela acabou restrita aos espaços fechados dos museus (cópias no Louvre e no Museu D’Orsay) e na própria Ópera, onde está a original.

A Dança - Museu D'Orsay
A Dança escandalizou a sociedade parisiense da época e por pouco não foi destruída.

Museu D’Orsay e as Artes Decorativas

Há muito o que ver no museu no que diz respeito às artes decorativas: cerâmicas, móveis, joias e objetos diversos, ambientes inteiros, como sala de jantar, hall de entrada, além de penteadeiras e outras preciosidades como as que veremos a seguir:

Toalete da Duquesa de Parma

Item importante da Exposição Universal de Londres, em 1851, esse mobiliário, que contempla as civilizações orientais e ocidentais, com estilos de diferentes épocas, foi encomendado para o casamento de Louise-Marie-Thérèse de Bourbon, 1845. Essa penteadeira tem um quê que Luís XIV, de oriente, enfim, muito eclética, exagerada, no meu ponto de vista. Mas impressiona.

Toalete da Duquesa de Parma, Museu D'Orsay, Paris.
Caixas de joias com fotos de 20 francesas reconhecidas pela coragem e talento literário, como por exemplo, Joana d’Arc.
Os bancos de Louis Majorelle
Os bancos de Louis Majorelle, de uma só perna, inspirados nos nenúfares
DOrsay 29
Ambientes inteiros artisticamente decorados por grande nomes da época

Para visitar o Museu D’Orsay

Neste momento, o Musée D’Orsay se encontra fechado por causa da pandemia. Ainda assim, convido você a ler um pouco sobre ele e se planejar para conhecê-lo ou revê-lo, assim que a situação permitir. Mas em condições normais, ele está aberto de terça a domingo, das 9:30 às 18h, sendo que na quinta-feira, ele fecha às 21:45.

D’Orsay: quanto custa

14 euros. Menores de 18 anos, não pagam. Uma dica: compre o ingresso pelo site oficial do Museu D’Orsay, para evitar as filas. Se preferir comprar na hora, preste atenção e não pegue a fila errada. Existem filas para grupos.  E mais: prefira ir no primeiro horário, assim que as portas se abrirem. E para visitar o museu de graça, vá no primeiro domingo do mês. Áudio guia disponível em 9 línguas: francês, inglês, espanhol, italiano, alemão, holandês, japonês, russo e chinês (5 euros).

Endereço

O Museu D’Orsay está localizado na margem esquerda do Sena, nas imediações do Museu do Louvre e do Jardim das Tulherias, bem no coração de Paris. A entrada fica na 1, Rue de la Légion d’Honneur – 75007 – Paris.

Museu D’Orsay: visitantes com mobilidade reduzida

O museu conta com vários elevadores, portas automáticas, rampas e sanitários adaptados, além de cadeiras de rodas e carrinhos para bebês (os habituais não são permitidos). No balcão, há um guia específico para os visitantes com limitações

Deu fome?

Le Restaurant do Museu D’Orsay é o antigo restaurante do museu e fica no primeiro andar. Inaugurado em 1900, ele conserva a beleza da época, com a pintura do teto e os lustres deslumbrantes. Os visitantes vão encontrar a tradicional comida francesa. Já no Café l’Horloge, repaginado pelos irmãos Campana, o menu oferece refeições quentes, saladas, e sobremesas.

Le Restaurant - D'Orsay, Paris
O salão é tombado como monumento histórico e as cadeiras, recentemente, foram trocadas.
Café - museu D'Orsay, Paris
Na foto da revista Casa e Jardim, dá pra ver como os irmãos Campana capricharam.

Numa viagem a Paris, o Museu D’Orsay não pode ficar de fora do seu roteiro.

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autor(a)

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Sônia Pedrosa

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comentários

22 respostas

    1. Poxa, que legal! Não sabia que tinha um Museu D’Orsay em Sinta!
      Eu só coheço o de Paris e acho fantástico!!!
      Obrigada, Hebe, por sua visita!

    1. Realmente, é um museu incrível, né?
      É museu que eu gosto mais – obras maravilhosas, espaço lindo, tamanho perfeito.
      Valeu pela visita, Sylvinha!

  1. Meu Deus, estou encantada, maravilhada!!!!! Eu ainda estive nesse museu. O Museu D Orsay é realmente uma ótima atração, realmente é um dos melhores do mundo.

  2. Com todo respeito ao Louvre – que por sinal, é maravilhoso – mas o Museu D´Orsay é o meu favorito em Paris tanto pela arquitetura quanto acervo.

    1. Sabrina,
      Concordo com vc. O D’Orsay também é o meu preferido. Acho que ele tem o tamanho ideal e um conteúdo riquíssimo, além da bela estrutura.
      Valeu pela visita e comentário
      Obrigada.

  3. Sou fascinada por museus e ainda mais apaixonada pela França. Meu sonho é conhecer a França; mas fiquei extasiada ao descobrir um museu tão incrível. Eu nunca tinha ouvido falar do Museu D Orsay. Fiz história da Arte e já conhecia essas obras mas nem imaginava que estivesse nesse museu. Sinceramente achava que as veria no Louvre hehehe. Ainda bem que vi esse post. Obrigada! Agora tenho mais um museu pra por no meu roteiro. beijos!

    1. Cíntia, o D’Orsay é um dos bons motivos para você planejar uma viagem para Paris.
      Espero que você faça isso assim que possível.
      Um grande abraço.

  4. Olá Sonia!! Visitei o museu D’Orsay, e fiquei extasiada, com tanta beleza. Uma arquitetura ímpar. De uma estação ferroviária se transformar em um museu maravilhoso como esse, é magnífico. Amei cada detalhe desse museu. As obras de Degas, Vicente Van Gog e tantos outros artistas, foi incrível conhecer.

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