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Museu da História Política Russa

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Entrada para o Museu da História Política

Museu da História Política Russa é o primeiro do gênero na Rússia pós-revolucionária e fica em São Petersburgo. Ele ocupa um prédio art nouveau, que foi especialmente construído para a primeira bailarina do Mariinskiy, Mathilde Kschessinska. O museu tem uma vasta coleção de objetos pessoais dos principais líderes e envolvidos na vida política do país, do século 18 até o início do século 21. Na verdade, são mais de 460 mil itens que contam a história da reforma do sistema estatal e o destino das figuras históricas mais importantes, dos movimentos e dos partidos.

Mansão kschessinska, onde funciona o Museu da História Política Russa
A mansão histórica no coração de São Petersburgo

Museu da História Política Russa: por que visitar?

Esse museu serviu a várias organizações, como o escritório editorial do jornal do partido – Pravda, até chegar a ser o Museu da Revolução, em 1957. Por algum tempo, foi o centro das atividades revolucionárias e foi da sacada (no alto, à esquerda da foto acima) desse prédio que Lênin fez seu primeiro discurso, assim que chegou do exílio. Além do acervo de grande valor histórico, o Museu da História Política Russa guarda a atmosfera dos primeiros tempos, quando a dona da casa, Mathilde, recebia o futuro imperador Nicolau II, e realizava as festas que reuniam a sociedade.

sacada de Lênin, no Museu da História Política Russa
A sacada que Lênin usou para falar com o povo

Museu da História Política Russa: localização

O Museu da História Política Russa fica na Ulitsa Kuybysheva, 2-4 e o metrô mais próximo é o Gorkovskaya – uma homenagem ao escritor Gorki. Ele fica aberto diariamente, das 10 às 18h, exceto às quintas e na última segunda-feira de cada mês. O ingresso custa 200 rublos para adultos e 100 rublos para crianças – 11 e 5 reais.

Museu da História Política Russa: segredos de alcova

Essa mansão onde funciona, hoje, o Museu da História Política Russa foi um presente de Nicolau II para Mathilde Kschessinska, na época, estudante de coreografia, que ele conheceu num jantar de gala. Os dois se apaixonaram instantaneamente e, por 4 anos, até ele se tornar imperador e se casar, viveram um tórrido romance. Ele tinha 22 anos e ela foi o seu primeiro amor. Logo, Mathilde se tornou a primeira bailarina do Mariinskiy e uma socialite em São Petersburgo.

Foto de Nicolau e Mathilde, no Sacada utilizada por Lênin, no Museu da História Política Russa
Nicolau e Mathilde – jovens e apaixonados

Museu da História Política Russa: Mathilde

Mathilde deve a sua fama, não apenas ao seu inquestionável talento, mas também aos romances com 3 grão-duques da família Romanov. Em 1917, certa do risco que corria, ela fugiu para a França, onde se casou com um primo de Nicolau II, o grão-duque Andrey Vladimirovich, provável pai de seu filho. Em Paris, Mathilde abriu uma escola de balé, onde foi professora de várias estrelas, inclusive, de Margot Fonteyn. A bailarina russa dançou até os 64 anos de idade e morreu em 1971, em Paris.

André Vladimirovic e Mathilde, no Sacada utilizada por Lênin, no Museu da História Política Russa
Vladimirovic e Mathilde foram felizes e ficaram juntos até a morte. Foto: wikipedia

Museu da História Política Russa

No início dos anos 90, o Museu da Revolução ganhou um nome novo: Museu da História Política Russa. O que estava exposto foi revisto e reconfigurado para mostrar grande parte da história secreta da União Soviética. A proposta era expor a história do país, sem paixão. A coleção abrange desde Catarina, a Grande, até a Rússia contemporânea.

Foto do Domingo Sangrento, na Praça dos Palácio, no Sacada utilizada por Lênin, no Museu da História Política Russa
Domingo Sangrento, na Praça do Palácio
Alexandre II no Sacada utilizada por Lênin, no Museu da História Política Russa
Alexandre II e sua história em torno

O rico conteúdo do Museu da História Política Russa

Além de mais de 450 mil objetos pessoais e artefatos, cartazes e banners, há uma rica coleção de documentos originais, como um decreto assinado por Napoleão e a correspondência manuscrita de Mikhail Gorbachev. Numa exposição bem distribuída entre salas devidamente decoradas, a gente se depara com a história vista nos livros, nos filmes e na TV. Objetos que pertenceram a políticos, líderes militares e cientistas, a exemplo de Nicolau II, Gorbachev, Lênin e Yuri Gagarin.

Documentos e fotos de vários períodos da história da Rússia
Documentos e fotos de vários períodos da história da Rússia
Stalin, Trotsky
Stalin, Trotsky e outros companheiros, no Kremlin
A mesa onde Stalin trabalhava
O escritório onde Stalin trabalhava – sob os olhos de Marx (sobre a mesa) e Lenin (no armário ao lado).
Estátua de Lênin num móvel da sala de Stalin
Lênin num móvel da sala de Stalin
A filmadora de Gorbachev
A filmadora de Gorbachev
Leonid Brejnev e o beijo famoso
Leonid Brejnev e o beijo famoso

As mulheres russas

Em 2017, centenário da revolução, o Museu da História Política Russa apresentou uma série de exposições em homenagem à revolução que transformou o país. Uma delas, “Mulheres e Revolução“, destacou o importante papel que o sexo feminino exerceu para que a Rússia saísse da situação em que se encontrava – de fome e desemprego.

Uma das salas dedicadas aos feitos das mulheres russas
Uma das salas dedicadas aos feitos das mulheres russas

A luta

A luta das russas era pelos direitos políticos e civis, pela participação no movimento revolucionário e pelas questões das mulheres russas. A era revolucionária foi marcada pela aparição de mulheres brilhantes, no cenário político, que lutaram pela educação das mulheres e pelo acesso a profissões na Rússia czarista. As heroínas da época pertenciam a diferentes classes, pontos de vista sociais e políticos: trabalhadoras, aristocratas, estudantes, nobres e bolcheviques. Todas juntas por uma só causa.

cozinha russa
Uma típica cozinha russa, da época
poeta Yulia Voznesenskaya
Reprodução do apartamento da poeta Yulia Voznesenskaya

As mulheres e a Revolução de 1917

A Revolução de 1917 teve início com uma greve de operárias têxteis de Petrogrado, no dia 8 de março (ou dia 23 de fevereiro no antigo calendário russo). Por causa desse acontecimento, a data acabou se universalizando como Dia Internacional das Mulheres.

Enfermeiras russas
As enfermeiras foram especialmente homenageadas
Mulheres russas no comando.
Mulheres no comando.

Atuação das mulheres russas

Naquele dia, milhares de mulheres indignadas pararam o trabalho e foram às ruas com cartazes que diziam “Pão para os nossos filhos!” e “Retorno de nossos maridos das trincheiras!”. O país vivia a sangrenta Primeira Guerra Mundial e sofria com a mortes e os feridos nos campos de batalha, além da fome e da miséria, na cidade. As mulheres não se conformaram e foram à luta.

Mulheres organizadas, pelas ruas de Petrogrado 1917
Mulheres organizadas, pelas ruas de Petrogrado, 1917. Foto de domínio público

No museu, todas elas estão representadas por muitos nomes que se destacaram: Anna Shabanova, Polyxena Shishkin-Yavein, condessa Sophia Panina, Ariadne Tyrkova, Catherine Breshkovsky, Figner Vera, Maria Spiridonova, Nadiéjda Krúpskaia, Inessa Armand, Elena Dimítrievna Stássova, Klavdia Nikolaeva e Alexandra Kollontai que, graças à sua atividade política, as mulheres adquiriram direitos por lei, na Rússia.

Aleksandra Kollontai, no Museu da História Política Russa
A diplomata Aleksandra Kollontai foi a primeira mulher a assumir a posição de ministra na história do país
Aleksandra Kollontai
Aleksandra Kollontai, uma referência feminina e política na Rússia.

Conquistas

Na primavera de 1917, elas conquistaram o direito de votar. O governo soviético concedeu direitos sociais e políticos às trabalhadoras, mas não criou igualdade real. Decretos relativos à proteção do trabalho da mulher e da maternidade podem ser vistos na exposição. Mas, as mulheres também tiveram destaque pelos atos terroristas que cometeram. Uma delas foi Rosalia Zemliatchka, uma revolucionária russa de origem judaica, conhecida também por “Demônio” e “Fúria do Terror Vermelho”. Ela morreu em 1947 e está enterrada na Necrópole da Muralha do Kremlin, na Praça Vermelha.

Rosalia Zemliatchka e Inessa Armand
Rosalia Zemliatchka, conhecida como “demônio”, e Inessa Armand – braço direito e grande amor de Lênin

Toda essa história está exposta no Museu da História Política Russa. Difícil sair de lá sem se emocionar. Difícil não ser tocado por imagens e fatos de um passado tão recente e tão terrível. Para que gosta do tema, a visita ao museu é imperdível.

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autor(a)

Sônia Pedrosa

Sônia Pedrosa

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comentários

6 respostas

  1. Sônia, seu blog é fantástico, como já havia registrado antes aqui, mas esse olhar que você lança sobre a história soviética e sobre detalhes da vida privada no antigo império comunista é muito interessante. Nós, seus cativos leitores, aguardamos mais, e mais, e mais.

    1. Esse museu é um espetáculo, Angela. Precisa estar no roteiro de todos que vão à Rússia.
      Você vai gostar, muito, tenho certeza!
      Grande abraço e obrigada pelo comentário.

  2. A história, peculiaridades, segredos de alcova, conjunto de curiosidades, todos os conhecimentos colocados no blog estão excelentes!! Imperdível conhecer esse museu!!

    1. Tamara, que bom que você gostou. Esse museu é um espetáculo, mesmo. Não dá pra deixar fora do roteiro de uma viagem à Rússia.
      Um grande abraço e obrigada pela visita!

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